No dia 9 de setembro é comemorado o Dia do Médico Veterinário, uma profissão tão importante quando o assunto é a saúde e qualidade de vida de animais de pequeno e grande porte. Pela atenção e conhecimento dos profissionais e tutores, muitos animais de estimação tem uma nova chance de vida, como é o caso do Lulu, um pinscher que no dia 28 de setembro completa 16 anos de vida.
A tutora dele é a cabeleireira Rejane Teresinha Becker Vogt, 52 anos. Tudo começou em maio do ano passado, quando Lulu parou de caminhar inesperadamente. Após muitos exames, foi constatado que ele tinha cinco hérnias na coluna. Ele foi submetido a um tratamento oral com medicamentos devido à idade avançada e riscos de um procedimento cirúrgico. Por indicação da médica veterinária de Lulu, Ana Maria de Campos, ele foi submetido também a sessões semanais de fisioterapia e acupuntura. “Ele chegou a ficar uma semana na clínica tomando medicações, mas ainda assim não caminhava direito, ficava de pé para as necessidades e caia novamente”, conta a filha de Rejane, Krisna Vogt.
Ela recorda que o período foi bem complicado, pois o cachorrinho latia muito e precisava de ajuda frequente dos tutores. “A mãe acabou comprando fraldas para ele, para ser mais prático porque as vezes ele não segurava o xixi a noite ou nós não chegávamos a tempo dele para tirar da caixinha e colocar de pé, então facilitava pra ele não fazer as necessidades no cobertor”, comenta Krisna.
Em julho, a família optou por adquirir uma cadeira com rodinhas para que ele pudesse se locomover com mais facilidade. “Porque víamos que ele tinha muita força de vontade e queria viver. Foi a melhor coisa que fizemos por ele”, avalia.
A cadeirinha foi uma possibilidade de Lulu voltar a ter qualidade de vida, caminhar sozinho pela casa e pátio. “Meus pais sempre fizeram tudo que estava ao alcance para tentar a melhora”, salienta Krisna.
O recomeço
Com o passar dos meses, o pinscher começou a ganhar peso, já que ele tinha perdido quase toda a musculatura das pernas de trás, tinha ficado magro, mas sempre comia bem. “Ele tinha uma ótima qualidade de vida com a cadeirinha, acredito que nós ajudamos pra isso porque a mãe sempre achava que ele ficaria bem e que mesmo que não voltasse a andar, ele viveria por tempo, porque estaria bem cuidado. A cadeirinha era superleve, não machucava, ele se adaptou muito bem”, afirma Krisna.
A família começou a deixá-lo fora da cadeira por alguns períodos para não cansar tanto. Sempre que ele precisava comer, beber ou fazer as necessidades, latia por ajuda. Porém, em dezembro do ano passado, uma surpresa: Lulu caminhou sozinho e sem a cadeirinha.“Foi na semana do Natal, estávamos todos sentados tomando chimarrão no quiosque e, como de costume, a mãe colocava um pano no chão e ele deitava ali com os manos Schott, Mel, Café e Chloe. De repente, ele se levantou sozinho e foi beber água, que estava mais ao lado. Todo mundo ficou chocado, começamos o fuzuê e gritaria, logo fomos pro celular gravar ele e começamos a chamar de ‘milagre natalino’”, lembra Krisna.
Depois disso, Lulu começou a caminhar sem a cadeirinha, com dificuldades, mas persistindo no propósito. “Desde então ele caminha por tudo, está superbem.A cadeirinha, com certeza, facilitou nesse processo, porque fortaleceu a musculatura de novo, deu oportunidade de ele mesmo ver que podia caminhar sem nossa ajuda”, observa.
“Nós temos os animais porque gostamos muito. Exige cuidado e atenção, vai ter alguns imprevistos e gastos, mas se não tivéssemos levado ele logo na clínica, talvez hoje ele não estaria aqui com nós.”
REJANE TERESINHA BECKER VOGT
Cabeleireira e tutora de Lulu
Carinho e cuidado
A família de Krisna Vogt sempre teve muitos animais. Chegaram a ter 11 cachorros e um gato por um período. Em maio do ano passado, uma das poodles, que tinha alzheimer, faleceu. “Minha mãe ficou arrasada, nós ficamos dois meses lutando com ela no veterinário”, diz. Foi logo depois disso que Lulu parou de andar. “Levamos ele na clínica logo que vimos o problema. A doutora Ana diagnosticou ele, fez exames, ficou com ele na clínica uma semana até descobrir tudo exatamente e ter uma posição. Ele foi muito bem tratado e ela nos deu um ótimo suporte, tanto que quando falamos que íamos comprar a cadeirinha ela ficou feliz porque estaríamos proporcionando maior qualidade de vida pra ele”, lembra Krisna.