Ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, Igor Augusto Reiter, 25 anos, não decidiu ser professor de História apenas porque o pai, Cesar Augusto Reiter, 55 anos, já exercia a profissão. Contudo, mesmo que a escolha do jovem não tenha acontecido por essa razão, é na experiência do pai que ele encontra um ‘norte’ para colocar em prática o que aprendeu na universidade.
Igor conta que, depois de concluir o Ensino Médio, permaneceu durante um ano sem estudar, se dedicando apenas às tarefas do trabalho em um escritório de contabilidade. No entanto, depois desse tempo, sentiu a necessidade de iniciar uma formação. “Sempre tive curiosidade. Pensei em fazer Educação Física, por gostar de esportes, mas acabei decidido seguir a carreira de professor de História. Não sei responder porque fiz essa escolha”, compartilha.
Cesar salienta que buscou não interferir na escolha do filho. “Quando ele falou que queria fazer Educação Física, eu joguei um balde de água fria, dizendo que muita gente optava por essa área. Mas depois eu me retifiquei e falei que ele precisava fazer alguma coisa que o deixava feliz, que ele gostasse e se identificasse.”
Em relação à escolha por ser professor de História, Cesar conta que ficou um pouco surpreso, mas tranquilo por acreditar que o filho tinha feito a escolha certa. “Me senti feliz porque a disciplina de História é muito rica e ampla. Tu precisas ter muito conhecimento e muita leitura. E isso, a princípio, ele tinha perfil. Tinha foco para estudar, fazer as atividades, aprender, para conversar com as pessoas, parar para observar e analisar.”
Viagens
Igor destaca que uma das características mais marcantes que ele herdou do pai foi o apreço por viajar, conhecer e explorar lugares novos e conversar com as pessoas, independentemente de quem elas sejam. “Mais importante do que perguntar, é saber ouvir”, comenta o Igor. Sobre isso, Cesar relata que sempre foi um hábito dele e da esposa Maristela Rosene Priebe Reiter, 60 anos, levar Igor e a filha mais velha Tatiana Reiter Richter, 28 anos, para passear e socializar.
“Sempre valorizei a busca do conhecimento na prática, no dia a dia, in loco. As minhas viagens sempre tinham um elo com o conhecimento. Elas sempre foram para estudo e a família sempre foi junto”, explica Cesar.
Por isso, a família costuma viajar de carro, justamente para poder parar nos locais e conversar com os moradores, além de explorar as cidades com mais facilidade. Entre as viagens já feitas por eles, de automóvel, está a para Brasília, em 2004; Bahia, em 2019; Região do Ouro (MG), em 2016; e Colônia do Sacramento, no Uruguai, em 2013. Além dos passeios, pai e filho também costumavam jogar futebol e andar de bicicleta, na infância de Igor.
Parceria
Por causa da pandemia do novo coronavírus, pai e filho passaram a dividir, também, uma rotina que envolve o planejamento de aulas a distância. Como este é o primeiro ano de atuação do Igor como professor titular, ele conta com o auxílio do pai, que já tem experiência em sala de aula há 20 anos. Por outro lado, Igor também colabora com Cesar em relação ao uso da tecnologia e busca de algum material, como vídeo e texto na internet.
“Isso nos aproximou, estamos trabalhando mais juntos, mas cada um com suas turmas e nas suas escolas. Um ajuda o outro, de acordo com as necessidades que temos”, observa o jovem. Os dois contam que trocam muitas ideias em relação a conteúdos, dinâmicas e práticas para serem colocadas em prática com os estudantes. Eles também costumam trocar livros.