
Por Caco Villanova
Izabele Lenuzza de Oliveira nasceu em Venâncio Aires. Filha de Soly Fontoura de Oliveira, gerente da Corsan por muitos anos, e Elenice Lúcia Lenuzza de Oliveira, professora de Jardim da Infância, já falecidos, está há pouco mais de 6 anos em Lisboa, Portugal. Trabalha como técnica superior no Núcleo de Apoio à Execução do PRR – Estrutura de Missão Recuperar Portugal. É uma função pública, que integra programa de âmbito nacional, implementado para impulsionar a recuperação econômica e social do Pais, pós-Covid.

Bele ou Belinha, como é conhecida, foi selecionada em concurso público específico. “Sou funcionária pública enquanto o programa existir”, explica. O Recuperar Portugal foi aprovado pela Comissão Europeia e é financiado pela União Europeia. Segundo ela, o fundo foi destinado para vários países da União Europeia (UE), para auxiliar governos e sociedades a implementarem um conjunto de reformas com objetivo de retomar o crescimento econômico dos países, tornando-os mais resilientes em relação às transições climática e digital ao longo da próxima década.
A venâncio-airense considera o trabalho um grande aprendizado, por ser uma área totalmente diferente do que já trabalhou. “São novos desafios que me levam a querer realizar novas conquistas.”
Bele se adaptou rapidamente à vida no país europeu. “Lisboa é uma cidade grande com um jeitinho de cidade pequena. Podemos fazer imensas coisas, caminhando”. Na opinião dela, Portugal, além de ser um país muito bonito, tem um clima parecido com o do Rio Grande do Sul, boa comida, praias e serra, tudo próximo.

Uma das coisas que gosta de fazer é viajar. “Procuro conhecer o máximo de Portugal e outros países. Esteve na Suíça, Itália, Espanha, França, Polônia, Áustria, Alemanha, República Tcheca, Hungria, Inglaterra, Malta, Marrocos e Cabo Verde. Próximo destino: Albânia. Também curte ler no parque, ao fim da tarde, patinar com as amigas, ir ao cinema, teatro e beber um vinho em uma esplanada (local aberto) – “Rooftop [ou cobertura] é um dos meus preferidos”.
A venâncio-airense diz não poder se queixar da vida. “Tenho muitos amigos, com quem realmente posso contar, amizades das mais variadas nacionalidades”. Bele faz questão de citar a pessoa que à recebeu em Lisboa, em setembro de 2018, a quem chama de ‘mãe portuguesa’. Clara Simão era grande amiga da sua mãe. E quanto ao futuro? Diz ser um capítulo aberto. “Não sei exatamente onde estarei ou o que estarei a fazer. Sei o tipo de marca que quero deixar: amizade, amor, boas energias e belas memórias.”
Quando a saudade bate forte, uma visita para rever familiares e amigos
Belinha é muito família. Veio ao Brasil em várias ocasiões, para rever familiares e amigos. A primeira vez foi poucos meses depois da partida, para ficar junto da mãe, que faleceu em julho. “Fiquei com ela nesse período.” Suas irmãs moram em Brasil. Analuci Pesqueira é fisioterapeuta em Venâncio Aires e tem dois filhos, e Iára Sobrosa, atua como consultora de energia elétrica em Porto Alegre e tem três filhas. O irmão Marcondes vive na Suíça e tem um enteado. Os seis sobrinhos são os xodós de Izabele, assim como os oito afilhados, alguns filhos de amigos.

Na infância, ela estudou na Escola Estadual Monte das Tabocas, onde sua mãe era professora, no Colégio Nossa Senhora Aparecida (atual Bom Jesus) e Escola Estadual Cônego Albino Juchem. Entre os locais de convivência marcantes ela cita a Sociedade Olímpica Venâncio Aires (Sova). Na adolescência, gostava dos bares com música ao vivo. Lembra da Overpoint, antiga casa noturna da cidade, localizada na rua Osvaldo Aranha, quase esquina com a 13 de Maio, das festas na Sovinha, das gincanas do Rotaract, das reuniões do Leo Clube e dos bailes de Debutantes e Broto.

Por um tempo, saiu de Venâncio para se graduar em Medicina Veterinária, na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, e Farmácia, na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). “Depois voltei a viver em Venâncio em outro contexto, já adulta e, aí então, majoritariamente os convívios se davam nossas casas, com jantar entre amigos”. Por um tempo, teve uma farmácia no centro e, depois, uma clínica veterinária, até quando se mudou para Lisboa para fazer mestrado.
