Youtuber lança canal para divulgar rotina na colônia

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A ansiedade em contar a nova ideia para a mãe, de criar um canal no Youtube, fez com que o trajeto de volta para casa parecesse ainda mais longo. Esta foi a sensação que Murilo Parkert, 10 anos, sentiu quando andava a cavalo na estrada, ao lado da irmã, Larissa Parkert, 16 anos, que o acompanhava de bicicleta.

Para buscar novas alternativas, em meio à pandemia, os irmãos costumam sair durante as tardes, pelo interior de Centro Linha Brasil – divisa com Linha Isabel -, local onde moram com a família. A inquietação ‘será que eles vão deixar, mana?’ permanecia na sua cabeça enquanto retornavam do passeio. “Viemos todo o caminho pensando nisso”, afirma Murilo, depois de ter sido incentivado pela irmã a criar um canal no Youtube e contar as experiências e a rotina na colônia.

Para Clédia Bohn Parkert, 46 anos, foi difícil negar o pedido do filho, que desde a infância tem uma ligação muito forte com os animais. “Eu sou mais reservada, mas percebo que eles estão tomando um outro rumo em relação à exposição nas redes sociais. Mas, com o tempo, vamos mudando as nossas crenças para nos adaptarmos ao mundo real. Se a decisão de fazer um canal no Youtube deixaria eles felizes, não tínhamos como negar este pedido”, afirma Clédia, depois de ter tomado a decisão em conjunto com o marido, Valmir Parkert, 48 anos.

A ligação de Murilo com os animais surgiu desde a infância. A família tem cachorro, gato, galinha, galo, cabrita e porquinho da índia, entre outros animais. Mas o contato ficou ainda mais intenso depois que ele comprou a égua Lobuna, a sua ‘fiel’ companheira. “Ele mesmo fez uma poupança para juntar o dinheiro para comprar a égua”, conta a mãe, orgulhosa.

Todos os dias, Murilo reveza as tarefas com o pai, que é servidor público, para cuidar dos animais. “Meu pai trata os animais no início da manhã, e eu, no fim do dia”, explica Murilo. Segundo ele, ter uma égua é um grande compromisso, já que, além de limpar a estrebaria, dar banho, escovar e passar a brilhantadeira na Lobuna, é preciso dar muito carinho e atenção ao animal.

Enquanto não está realizado as tarefas da escola, por meio do sistema remoto, Murilo está na estrebaria, em contato com os animais. Até mesmo as brincadeiras de videogame estão relacionadas à fazenda. Além da Lobuna, Murilo gosta de cuidar das galinhas, que são chamadas pelos nomes. “Todos os dias, recolho os ovos das galinhas e seguro elas (as aves) no colo. Toda vez que lembro de um nome diferente para eu dar a elas, eu risco na parede do galpão”, conta o garoto, que estuda na Escola de Ensino Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Benno Breunig e pretende ser motorista de trator, no futuro.

Larissa faz a gravação e edição dos vídeos de Murilo, que são postados no canal do Youtube. (Foto: Taiane Kussler/ Folha do Mate)

Guri da Colônia

• Com as aulas remotas, Murilo e Larissa adquiriram mais conhecimento em tecnologia. Por isso, aliaram o gosto pelo interior com o conhecimento na área da informática, para investir na produção dos vídeos para o Youtube.

• “Aos poucos, fomos pesquisando mais sobre o assunto, testando novos editores e aperfeiçoando a qualidade dos vídeos”, explica Larissa, que é estudante do Instituto Federal Sul-riograndense (IFSul) de Venâncio Aires.

• O canal Guri da Colônia foi criado no dia 2 de abril. Atualmente, já foram postados oito vídeos, que mostram a rotina de Murilo no interior. “Pretendemos postar dois vídeos por semana. Com o retorno das aulas presenciais, iremos reduzir o ritmo, mas queremos continuar alimentando o canal, pois o Murilo está gostando muito”, destaca Larissa, responsável pelas gravações e edições.

• Clédia afirma que é importante manter o equilíbrio entre a natureza e os meios tecnológicos e, no decorrer dos dias, percebe a evolução do filho. “No início ele era mais reservado, mas, aos poucos, foi adquirindo autoconfiança. A linguagem e a postura também foram mudando. Quando percebemos que algo pode melhorar, ele grava novamente, por isso, está sempre aprendendo alguma coisa, tanto por meio da internet, quanto pela troca com as pessoas que já são mais experientes”, observa a mãe, que é professora.

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