Depois de um período de contenção de gastos, obras paradas, investimentos postergados, algumas Instituições de Ensino Superior (IES) começam a respirar aliviadas. Há, mais ou menos, dois meses, as contas de algumas universidades começaram a ‘ver’ a cor do dinheiro que não chegava desde o começo do ano. Embora exista situações pontuais, a maioria das IES começaram a receber uma porcentagem da dívida, como é o caso da Univates.
O presidente do Consórcio das Universidades Gaúchas (Comung), Ney José Lazzari, que também é reitor da instituição de Lajeado, explicou que nos últimos dois meses o Governo Federal depositou o valor da parcela referente ao mês e um ‘pedacinho’ da atrasada. “Esse valor já dá um fluxo de caixa melhor para as instituições, além delas poderem se organizar melhor.” Para a Univates o Ministério da Educação (MEC) deve R$ 10 milhões. Esse valor já foi bem maior, segundo Lazzari. Até maio, por exemplo, a instituição havia recebido, apenas, R$ 4,6 milhões – sendo que a parcela mensal deveria ser de R$ 5 milhões.
O cenário da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) não é tão favorável quanto o da instituição de Lajeado. Enquanto a Univates comemora as ‘migalhas’ depositadas, a Unisc se encaixa no grupo de IES que não receberam nem 10% do que deveriam ter recebido. O pró-reitor de administração da Unisc, Jaime Laufer, até não reclama das parcelas atrasadas, mas sim dos valores que faltam nas parcelas pagas. “Faltou, pelas nossas contas, no mês passado, cerca de R$ 4 milhões. Este mês não há recompra dos valores devidos conforme previsão do cronograma do FNDE/MEC.”
Com essa falta de recursos, a contenção de gastos continua fazendo parte dos planejamentos financeiros da instituição. “Para as despesas do dia a dia buscamos recursos bancários (capital de giro) e para investimentos estamos postergando o que é possível e reduzindo o ritmo de outras em andamento”, explica Laufer. Mesmo assim, há uma ‘luz’ no fim do túnel. “Na virada de julho para agosto está previsto a recompra destes dois últimos meses e de todos os atrasados. Se recomprarem e repassarem todos os recursos previstos, o que deveria acontecer, voltamos a ter um fluxo de caixa quase normal.”
Há uns dois meses, o Governo começou a pagar as contas pendentes com as universidades, mas, claro, ainda há bastante situações pontuais”
Ney José Lazzari – Presidente do Comung e Reitor da Univates
Há universidades no Estado que receberam menos de 10% do que deveriam ter recebido”
Jaime Laufer – Pró-reitor de Administraçã