Governo do Estado monitora nuvem de gafanhotos proveniente da Argentina

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A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) monitoram o avanço de uma nuvem de gafanhotos que vem percorrendo a Argentina. Nessa terça-feira, 23, os insetos estavam na região de Santa Fé, a 250 quilômetros da fronteira com o Rio Grande do Sul. O alerta às autoridades brasileiras foi feito pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa).

“É uma distância relativamente próxima. Se essa nuvem persistir e as condições meteorológicas forem favoráveis ao ingresso da praga no estado, pode afetar algumas culturas e pastagens inclusive”, avalia o fiscal agropecuário Ricardo Felicetti, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapdr.

O secretário Covatti Filho afirma que a pasta está monitorando junto com o ministério para saber se haverá o ingresso na região da fronteira. “Estamos atentos a todo o movimento e discutindo ações para preparar o Estado, caso haja avanço da nuvem de gafanhotos. O risco existe e não podemos ignorar” ressalta Covatti.

Relatos da mídia argentina dão conta de que a nuvem de gafanhotos teria vindo do Paraguai e das províncias de Formosa e Chaco, onde há produção de mandioca, milho e cana-de-açúcar. Seu deslocamento é influenciado pela direção dos ventos e a ocorrência de altas temperaturas.

O meteorologista Flávio Varone, da Seapdr, analisou as condições climáticas do período atual para avaliar os riscos destes insetos chegarem ao Rio Grande do Sul. “A aproximação de uma frente fria oriunda do sul vai intensificar os ventos de norte e noroeste, potencializando o deslocamento do massivo para a Fronteira Oeste, Missões e Médio e Alto Vale do Rio Uruguai. Contudo, a tendência de queda nas temperaturas e previsão de chuva para todo o estado na quinta-feira tende a amenizar o risco de dispersão da praga”, explica.

Caso algum produtor identifique a presença destes insetos em grande quantidade, a orientação é informar a inspetoria de defesa agropecuária da sua localidade.

Vídeo da chegada da nuvem de gafanhotos na província argentina de Santa Fé

Surgimento

Conforme o Mapa, esta praga está presente no Brasil desde o século XIX e causou grandes perdas às lavouras de arroz na região sul do país nas décadas de 1930 e 1940. Desde então, tem permanecido na sua fase “isolada” que não causa danos às lavouras, pois não forma as chamadas “nuvens de gafanhotos”. Recentemente, voltou a causar danos à agricultura na América do Sul, em sua fase gregária (formação de nuvens).

Os fatores que levaram ao ressurgimento desta praga em sua fase mais agressiva na região estão sendo ainda avaliados pelos especialistas e podem estar relacionados a uma conjunção de fatores climáticos, como temperatura, índice pluviométrico e dinâmica dos ventos.

Fonte: Governo do Estado e Mapa 

    

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