A Haas Madeiras, empresa de Linha Brasil, no interior de Venâncio Aires, tem apostado em intercâmbio para outros países em busca de aprendizado e novos conhecimentos. Nos últimos 10 anos, membros da empresa já visitaram 11 países. Na semana passada, o diretor Junior Haas e o administrador Charles Fengler, visitaram a Finlândia para conhecerem um dos principais polos madeireiros do mundo.
Segundo Haas, está sendo realizado, há alguns anos, um estudo de novas tecnologias para criar outra serraria em Linha Brasil. E a viagem foi realizada em parceria com outro grupo brasileiro, que, a princípio, teria a capacidade tecnológica para desenvolver a técnica desejada neste novo empreendimento. “E esse intercâmbio foi feito para conferir outras marcas que utilizam essas tecnologias”, relata.
Para ele, existem vários tipos de intercâmbio, seja com empresas maiores ou menores, mesmo em algumas com capacidade produtiva menor que a Haas. “Os melhores exemplos são para acompanhar empresas acima da gente. Olhamos as tecnologias, a organização e a cultura. Tem um valor imensurável e que, com certeza, é um dos motivos para o nosso crescimento nos últimos anos”, comenta.
Nesses países, foram visitadas dezenas de serrarias, fábricas de paletes, operações florestais, fornecedores, feiras e fóruns. “A tecnologia é mais avançada, mas a questão cultural é o mais importante. O apreço pelas florestas e pelos produtos madeireiros, que são as matérias-primas mais sustentáveis que existem”, destaca.
Viagem
Junior Haas considera que a viagem foi fantástica, pois a empresa está em fase final para a construção da serraria. Além disso, está agendada mais uma viagem, na América do Norte. Na Europa, os principais polos são Finlândia e Suécia e, na próxima semana, os venâncio-airenses vão aos Estados Unidos e ao Canadá.
“São dois polos mundiais, com filosofias bem diferentes. Nossa ideia é acompanhar os dois, suas ideias e tecnologias, e chegar a um formato mais adequado para nós trabalharmos aqui. A primeira já foi fantástica, mas a segunda também vai ser importante, para contrapor e ver se mantemos a nossa ideia ou surge alguma modificação”, detalha o diretor.
Apesar dos aprendizados, Haas afirma que nem toda informação veio de fora. A visita também serviu para troca de informações com inúmeras empresas, feiras e centros de pesquisa nacionais. “Historicamente, o setor madeireiro é avesso à troca de informações. Impera o medo que o concorrente possa copiar máquinas ou ‘roubar’ o cliente. Em um mercado maduro, há competição, mas também colaboração”, conclui.
“A cada visita que fizemos, considero um tijolo em nosso muro, sempre em crescimento com cada novo conhecimento. Precisamos entender nossa origem e nossa cultura, quem nós somos e, assim, buscar tecnologias fora, adaptar algumas, trazer outras, e algumas apenas não servem para nós.”
JUNIOR HAAS
Diretor da Haas Madeiras