Anos atrás, uma onda de furtos de hidrômetros chamou a atenção da Polícia Civil e deu muito trabalho aos funcionários da Companhia Rio-Grandense de Saneamento (Corsan). Ladrões furtavam os aparelhos para depois revendê-los em ferros-velhos e ganhar algumas moedas. Hoje, com a troca dos materiais, passaram a furtar hidrômetros com outro propósito: o de usá-los para fazer ‘gatos’ de água e não serem facilmente descobertos.

Ontem à tarde, o delegado Vinícius Lourenço de Assunção e agentes da Polícia Civil acompanharam funcionários da Corsan na apreensão de dois hidrômetros. Um deles estava em uma casa, no bairro Coronel Brito, e o outro, no bairro Cruzeiro. Nos dois locais os moradores não estavam em casa. Os moradores serão identificados e responderão criminalmente. “Eles devem responder pela receptação do hidrômetro e pelo furto qualificado da água”, explicou o delegado Vinícius.
O GOLPEDe acordo com Ilmor Conceição Dörr, os dois endereços ‘visitados’, ontem à tarde, tiveram o abastecimento interrompido no dia 27 de setembro, por falta de pagamento. Como o leiturista passa mensalmente em cada casa e tem uma planilha daquelas que tiveram a ‘suspensão do quadro’, ele viu que havia irregularidades nestes dois endereços.
Na casa do bairro Coronel Brito foi constatado que foi violado o tampão colocado na rede, que impedia a passagem da água. Esse procedimento é feito após a retirada do hidrômetro, para mostrar que a água está cortada e encerrar momentaneamente o abastecimento. Através do número do aparelho foi constatado que o hidrômetro foi furtado dia 25 de outubro, de uma casa situada no mesmo bairro.
No endereço da rua Jacob Becker foi feito o mesmo procedimento para fazer o ‘gato’ de água. O hidrômetro que estava instalado foi furtado dia 4 de novembro, no bairro Cruzeiro.
Dörr ressalta que toda a água consumida nos dois endereços, durante o gato, não foi medida pela Corsan, já que os hidrômetros instalados estavam em situação de furto e, teoricamente, sem serem utilizados.