Salão Ludwig, que também se chamou Steffens e Siebeneichler, é ponto de referência (Foto: Juliana Bencke/Folha do Mate)
Salão Ludwig, que também se chamou Steffens e Siebeneichler, é ponto de referência (Foto: Juliana Bencke/Folha do Mate)

Com uma forte expressão cultural, fomentada pelas sociedades de damas e cavalheiros, o tradicional kerb, carnaval e outras atividades de integração, os salões de baile foram ponto de encontro dos moradores de Linha Isabel e arredores, ao longo dos anos. Junto ao prédio do primeiro salão de bailes, construído por August Haupt (avô de Hugo Haupt), está o monumento do centenário da localidade.

Primeiro salão de baile de Linha Isabel, construído por August Hautp (Foto: Juliana Bencke/Folha do Mate)

Além disso, até hoje, quando se fala em Linha Isabel, o principal ponto de referência é o antigo Salão Ludwig, que inicialmente se chamava Steffens e também teve o nome de Siebeneichler. O atual prédio foi inaugurado em 1936, construído por Jacó Steffens. Entretanto, desde 1895, já funcionava como casa comercial.

Neto de Steffens e filho de Elídio Ludwig, falecido há quatro anos e que, por muito tempo, administrou o salão, Aurimar Renato Ludwig, 67 anos, cita os diversos eventos sediados no local que perpassou gerações da família. “Grandes festas de carnaval, de kerb, eventos das sociedades, casamentos e bodas eram realizados. A festa de kerb era a mais tradicional, as pessoas se fantasiavam para divertir as crianças e havia uma cama comprida no salão para as crianças dormirem enquanto os pais ficavam no baile”, cita.

Ludwig realiza um trabalho minucioso de pesquisa e preservação dos registros guardados pelo pai, Elídio (Foto: Juliana Bencke/Folha do Mate)

Morador do bairro Coronel Brito, ele guarda verdadeiras relíquias do acervo da família Ludwig que ajudam a contar a história de Linha Isabel. Parte dos itens estará exposta no salão, no domingo, 24, durante a festa de 150 anos. Além de utensílios domésticos, ferramentas e até mesmo um pequeno livro de orações em alemão de 1878, trazido pelos imigrantes, há documentos como o mapa com a divisão dos 42 lotes iniciais de Linha Isabel, passaporte e títulos de eleitor de antepassados, e uma série de registros escritos pelo pai, Elídio, sobre a história da localidade, incluindo atas e até mesmo discursos das sociedades.

Esses manuscritos foram a principal base para a elaboração do histórico dos 150 anos. “Eu não sabia que o pai guardava esses documentos. Ele nunca comentou nada, só fui descobrir quando faleceu. É muito importante que isso tenha sido guardado, pois se não fosse isso, esses 150 anos seriam incompletos”, explica.

Juliana Bencke

Editora de Cadernos

Responsável por coordenar as publicações especiais, considera o jornalismo uma ferramenta de desenvolvimento da comunidade.

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