Lançamento do projeto ‘Lean nas Emergências’ ocorreu nesta segunda-feira, 8, na Câmara de Vereadores (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)
Lançamento do projeto ‘Lean nas Emergências’ ocorreu nesta segunda-feira, 8, na Câmara de Vereadores (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

Venâncio Aires - Desde setembro, o Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), de Venâncio Aires, participa de um projeto federal e que busca melhorar o atendimento a pacientes de mais de 100 instituições públicas e filantrópicas do Brasil. Trata-se do ‘Lean nas Emergências’, custeado pelo Ministério da Saúde, através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROAD/SUS).

O lançamento local ocorreu nesta segunda-feira, 8, na Câmara de Vereadores, e contou com a participação da consultora especialista, Roberta Câmara, e da médica consultora, Alexandra Daniel, do Einstein Hospital Israelita, de São Paulo. A instituição paulista é uma das grandes do Brasil que participa dando as capacitações aos hospitais selecionados.

Segundo Roberta, a iniciativa visa reduzir, por exemplo, a superlotação nas urgências e emergências, bem como melhorar o tempo de atendimento dos pacientes. “A ideia é trazer melhoria de qualidade para o funcionamento do hospital, melhorar fluxo e melhorar giro de leitos. É trazer realmente um funcionamento mais enxuto e mais adequado para a população de Venâncio e microrregião. É melhorar um atendimento que já é bom, porque não é um hospital que conta, por exemplo, com superlotação, nem será esse o foco. Mas, sim, otimizar o tempo que o paciente fica na emergência e na internação. É trazer um salto de qualidade para o serviço.”

Ainda conforme a profissional, o Lean foi baseado na metodologia da Toyota e depois aplicado na área da saúde. Numa tradução simples, seria uma ‘gestão enxuta’, que minimiza desperdício e gera mais eficiência. “Temos a impressão que, para funcionar bem, precisa de muita gente trabalhando, muita gente fazendo. Mas o Lean é trabalhar de forma enxuta e operacional, porque às vezes se trabalha com muito, mas não gera qualidade”, complementa a consultora.

Tempo

O projeto seguirá até outubro de 2026. Segundo Roberta Câmara, agora é a fase da aplicação das ferramentas. “Se trabalha com indicadores e são visitas presenciais uma vez por mês e, semanalmente, haverá uma visita online, que chamamos de intervisita. Estaremos acompanhando o hospital e, depois de outubro de 2026, ainda tem um período para acompanhar que isso siga na cultura do hospital. E há possibilidade de avanço para uma nova fase do projeto, porque entre todos os hospitais, são mais de 100 sendo acompanhados, aqueles que se destacarem, podem ir para uma nova fase.”

“Queremos melhorar o que acreditamos que já esteja bom”, diz presidente do hospital

O presidente do HSSM, Marcelo Farinon, celebra o fato de o hospital de Venâncio ser um dos únicos filantrópicos, não 100% SUS, que integra o projeto nacional. “Isso, para nós, é muito importante. Foi uma iniciativa de colocar, talvez à prova, as questões de qualidade que a gente sempre bate em relação àquilo que almeja para o hospital. Esperamos que, durante o desenvolver desse projeto, consigamos melhorar e qualificar ainda mais aquilo que a gente acredita que já esteja bom, então acho que é essa a importância. E essa é uma avaliação do Eistein, um dos maiores hospitais da América. Então uma certificação e uma validação dos nossos processos, principalmente no plano de atendimento, é muito importante para nós.”

Padronização

A médica Jacqueline Froemming, que atua na gerência médica como facilitadora do projeto dentro do hospital, observa que, entre os profissionais, existe uma grande expectativa em relação à padronização. “A ideia é a gente padronizar esse atendimento, que esse fluxo esteja alinhado e que todo mundo saiba qual é o seu papel, qual é a sua função para dar seguimento ao paciente. Porque muitas vezes quando a gente não sabe exatamente qual é a função de cada um, algumas coisas se repetem, algumas coisas atrasam. Então quando a gente souber o que cada um tem que fazer, vai facilitar o trabalho de todo mundo.”

“É certificar que os processos tenham começo, meio e fim. Que tenham um padrão, independente da equipe que esteja lá e qual o serviço. Que seja prestado em conformidade a esses padrões.”
MARCELO FARINON – Presidente do HSSM