IFSul mantém projeto para o monitoramento do arroio Castelhano

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Há cerca de três anos, o Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) campus Venâncio Aires apresentou para a Prefeitura uma iniciativa de monitoramento do arroio Castelhano, que estava em desenvolvimento desde 2016. O projeto da Plataforma de Monitoramento do Nível de Águas (PlaMoNA) tem como objetivo o controle do nível da água, para detectar enchentes e, também, estiagens.

Para isso, seriam instaladas três sondas em pontos diferentes do manancial, para acompanhamento do nível ao longo do arroio. O diretor-geral do IFSul, Geovane Griesang, diz que essas informações seriam disponibilizadas de forma on-line e, com isso, as pessoas cadastradas poderiam acompanhar, de casa, o nível das águas de cada um dos pontos e o volume de chuvas por meio do pluviômetro. O site permitiria fazer comparações de períodos, para tentar prever algo em relação a outros anos e meses.

Além disso, o sistema permite que as pessoas que estiverem cadastradas na plataforma sejam avisadas por e-mail de possíveis cheias ou estiagens. Para a Defesa Civil, Prefeitura e meios de comunicação serem avisados, bastaria um cadastro no sistema, por exemplo.

Prática

Em 2021, o valor das três sondas era de, aproximadamente, R$ 43 mil. Além disso, R$ 27 mil seriam necessários para peças, R$ 22 mil para proteção (evitar furto) e serviços como contratação de caminhão para levar as sondas, planos de internet e hospedagem, além das bolsas para os estudantes (quatro bolsas em 12 meses), totalizando cerca de R$ 94 mil. Ao longo do projeto, mais de 10 alunos já fizeram parte das etapas de elaboração da plataforma.

Segundo Griesang, que também é um dos coordenadores do projeto, foram realizadas diversas reuniões e contatos com a Prefeitura e com o Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comdema), tanto na gestão atual quanto na anterior, para apresentar o PlaMoNA. “Acabamos desistindo e vamos aguardar. No momento em que a Prefeitura realmente tiver interesse no projeto, eles vão nos procurar”, comenta.

Conforme o prefeito Jarbas da Rosa, por questões jurídicas o projeto não foi implementado – não foi encontrada uma forma da Prefeitura destinar o recurso diretamente para o IFSul e, por conta disso, seria recebido por uma fundação, que arcaria com as despesas do projeto e ficaria com 5% dos valores (aproximadamente R$ 4,4 mil, já incluídos no orçamento).

No entanto, a instituição decidiu manter os trabalhos internamente, desenvolver o protótipo e reformular o site com novas tecnologias. “A ideia, depois de finalizar essa etapa, é procurar algum município que tenha interesse no projeto, uma vez que o PlaMoNA pode ser usado para monitorar qualquer arroio ou rio”, completa Griesang.

Depois do projeto implementado, há necessidade de manutenção. As baterias, com o tempo, apresentam problemas, as placas solares precisam passar por limpeza periódica e os planos de internet e hospedagem são anuais e precisam ser renovados.

“Lógico que o sistema não evitaria as enchentes que ocorreram, mas as pessoas poderiam acompanhar a elevação das águas de suas próprias casas, de forma on-line e em tempo real.”

GEOVANE GRIESANG

Diretor-geral do IFSul de Venâncio Aires



Leonardo Pereira

Leonardo Pereira

Natural de Vila Mariante, no interior de Venâncio Aires, jornalista formado na Universidade de Santa Cruz do Sul e repórter do jornal Folha do Mate desde 2022.

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