A safra 2018/19 está se encaminhando para a sua finalização e o percentual comercializado até o momento ultrapassa os 90% nos três estados do Sul. Na região baixa, que compreende o Vale do Rio Pardo, a comercialização chega praticamente aos 100% – alguns produtores ainda têm um resquício de tabaco nos seus galpões. A informação é do gerente técnico da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), de Santa Cruz do Sul, Paulo Vicente Ogliari.
Quanto ao valor que o fumicultor está conseguindo, conforme pesquisa parcial efetuada pela Afubra, o valor médio por quilo é de R$ 9,65 no Rio Grande do Sul; R$ 9,57 em Santa Catarina; e R$ 8,87 no Paraná, com um média final de R$ 9,41. “Comparando esta média com a safra 2017/18, o preço final foi de R$ 9,29, ou seja, os produtores estão recebendo, conforme a pesquisa parcial, 1,3% a mais nesta safra”, calcula Ogliari.
PRODUTIVIDADE
No que se refere à produtividade, segundo Ogliari, há uma inversão. Na safra passada, conforme a pesquisa da Afubra, o rendimento foi de 2.632 quilos por hectare e, nesta que está se encerrando, baixou para 2.429 quilos por hectare – são 203 quilos, o que representa 7,7% a menos de produtividade, proporcionando um faturamento menor que a safra anterior, mesmo tendo um preço de 1,3% a mais este ano. “Com esta produtividade menor, os produtores terão um faturamento, em média, R$ 1.580 para menos por hectare em relação à última safra”, compara.
Ogliari salienta que a queda na produtividade se deve aos problemas climáticos, principalmente na região baixa, que sofreu com o forte granizo em outubro passado. Outro período foi marcado por excesso de chuva e outro por excesso de sol. Ogliari frisa que também houve quebra na região do Planalo Norte de Santa Catarina por problemas climáticos (excesso de chuva). No Paraná se registra mais a perda da qualidade porque o produtor aplicou o adubo de cobertura, não choveu neste período e, quando choveu, em meados de janeiro, já era tarde e a chuva levou a raiz a absorver o adubo, fazendo com que o tabaco se desenvolvesse muito viçoso e não maturasse, reduzindo a qualidade.
FRIO
1 Com o frio que está fazendo desde a semana passada, para os produtores não perderem as mudas nas piscinas (sistema float), Ogliari orienta que eles tenham o cuidado de sempre fechar o plástico.
2 “Os fumicultores precisam ter o cuidado com as mudanças de temperatura e ficar alerta ao máximo para evitar que as mudas congelem nas bandejas, pois se isto ocorrer, acaba matando as raízes”, diz.
3 Como as mudas são produzidas em quantidade limitada para cada produtor, quem perder terá um custo bem maior para produzir novas e vai plantar bem mais tarde.
4 Todos plantam nesta época para que, no mês de dezembro, quando iniciar a época de calor muito forte, já terem colhido todo o tabaco e não perderem as folhas nobres por causa da queima do sol. “O prcentual transplantado até o momento ainda é pequeno, mas deve aumentar a partir do momento em que as temperaturas se elevarem”, completa Ogliari.
Planejamento
• A época é de planejamento da lavoura e, por ter uma frustração de safra, o fumiocultor não conseguiu obter o mesmo rendimento em relação à safra anterior.
• Com isso, os fumicultores devem plantar mais. “Cada um está livre para plantar a quantia que quiser, mas solicito que mantenham a mesma quantia, não aumentem a área de plantio, pois se houver excesso de oferta, as indústrias vão ser muito mais rigorosas na hora da compra”, alerta.
“Plantar mais significa ganhar menos ainda do que ganhou nesta safra, porque a lei da oferta e da porocura serve para todos e a indústria se apega muito nisso no momento em que ela vai compar o tabaco. Com isso, ela vai ser rigorosa na hora da compra.”
PAULO VICENTE OGLIARI
Gerente técnico da Afubra