Mais de dois anos depois da interdição devido a problemas estruturais no prédio da Capela Mortuária Paul Harris, o chamado ‘necrotério’ de Venâncio Aires, o cenário da esquina das ruas Jacob Becker e Visconde do Rio Branco vai mudar. Nesta semana, foi dado início ao cronograma de obras para construção de um novo espaço para velórios no município.
A empresa Entalp, contratada pelo Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) para execução do projeto, iniciou o cercamento e limpeza do espaço nesta semana. Vale lembrar que a Entalp é de Venâncio e é especializada em engenharia hospitalar. Ela também foi responsável pela obra da UTI Pediátrica do HSSM. “Esse início é com o tapume na esquina, para limpar o local, tirar as árvores e então derrubar o antigo prédio e escavar para depois construir. O cronograma dependerá do andamento da entrega de cada etapa, mas a previsão é ter tudo pronto em 11 meses”, informa o presidente do hospital, Marcelo Farinon.
Do que está projetado para essa esquina, é uma espécie de espaço multifuncional, com capacidade para cinco pavimentos e um heliponto. Mas, inicialmente, será construída apenas a primeira parte – as duas capelas velatórias, com possibilidade de ampliar uma terceira sala – no subsolo, com entrada pela rua Visconde do Rio Branco. “Essa parte já será construída com toda estruturação de fundação, rede elétrica e hidráulica para, no futuro, serem construídos os outros pavimentos em cima”, explica Farinon.
Para essa etapa inicial, serão usados os R$ 965 mil que a Prefeitura repassou para o hospital. “Esse dinheiro já está numa conta específica. Há uma comissão de obras da Prefeitura que vai acompanhar o projeto, assim como o hospital, que vai gerenciar a obra, também tem uma comissão.”
Ampliação do PA
Com a área no subsolo abrangendo as capelas velatórias, o pavimento superior vai ficar nivelado com o Pronto Atendimento (PA) do HSSM (que tem entrada pela rua Jacob Becker), tornando-o, assim, uma sequência do setor de emergência. A ampliação do PA é uma demanda levantada há muito tempo pela própria direção do hospital e pelo prefeito Jarbas da Rosa. Já os demais pavimentos sobre a futura expansão do Pronto Atendimento, devem ser destinados, por exemplo, a parcerias com instituições ou clínicas para oferecer outros serviços de saúde.
Rotary
• A capela mortuária é administrada pelo HSSM, que há mais de 40 anos cedeu o terreno. Para erguer o prédio, inaugurado em 1976, a comunidade ajudou com doações, numa campanha encabeçada pelo Rotary Club Venâncio Aires. É por isso, aliás, que o nome do local é Paul Harris, uma homenagem ao norte-americano que fundou o movimento rotariano.
• Além de ser determinante para construir o necrotério, o clube de serviço contribuiu com ações de melhorias e manutenção ao longo dos anos, como as rampas de acesso para cadeirantes e a climatização, por exemplo.
• Devido a essa parceria e importância para o local, o presidente do HSSM, Marcelo Farinon, destaca que vai conversar com a diretoria do Rotary, para que a entidade esteja junto no acompanhamento do projeto.
Interdição e aluguel
• As três salas usadas para velórios na Capela Paul Harris foram interditadas em 19 de janeiro de 2022, devido a rachaduras nos ambientes internos. Desde então, o HSSM manteve em funcionamento apenas o espaço que acondiciona os corpos, uma área de uso restrito ao hospital e às funerárias.
• Até o início de 2022, o aluguel cobrado pelo hospital para cada velório custava R$ 250. Muitas famílias optavam pela capela Paul Harris por ter um valor mais barato em comparação com os espaços particulares das funerárias de Venâncio Aires.
• Quanto ao recurso arrecadado com o aluguel, os valores entravam direto nas receitas do hospital, que mantinha os serviços de agenda, limpeza e manutenções. Na época da interdição, foi cogitado construir um novo prédio em outro endereço. No entanto, pelas redes sociais, muitas pessoas pediram para manter o tradicional ponto, devido à localização central.