O prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, que integra a comitiva gaúcha em defesa do setor produtivo do tabaco na COP 11, em Genebra, faz uma avaliação positiva do trabalho realizado. Segundo o chefe do Executivo Municipal, a semana começou com incertezas e dificuldades de acesso aos espaços oficiais do evento, mas terminou com avanços importantes no diálogo com a diplomacia brasileira e com outras delegações internacionais.
Jarbas destacou que a recepção da embaixada evoluiu para um tom mais técnico e acolhedor, permitindo que as demandas dos municípios produtores, como Venâncio Aires – segundo maior produtor de tabaco do Rio Grande do Sul e referência nacional na geração de empregos do setor – fossem apresentadas de forma clara. O principal ponto de preocupação da comitiva é a proposta do Brasil, construída junto com o Panamá, que sugere a proibição de filtros em cigarros convencionais. Para o prefeito, a articulação política exercida na Suíça será decisiva para que a medida não prospere no plenário da COP.
“Chegamos ao final deste processo com a certeza de que a proposta não deve avançar. Isso nos dará tempo. A discussão vai voltar em outras COPs, mas, neste momento, não haverá impacto direto ao fumicultor e à indústria”, considera.
Ao projetar o retorno ao Brasil, Jarbas aponta que os desafios podem ser ainda maiores e defende mobilização em Brasília, onde são tomadas as decisões. “Nesta ‘Batalha de Genebra’ que travamos aqui, a maior luta foi contra a própria delegação da Conicq, que representa o Brasil aqui. Foi nós brigando contra nós mesmos”, disse, reforçando que a defesa feita na COP não é pró-tabagismo, mas pela garantia do direito do produtor que trabalha em uma atividade legalizada no Brasil. Ao contrário, disse que identifica poucas ações do Brasil contra o mercado ilegal, que segue crescendo.
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“A gente não está defendendo o tabagismo, e sim o direito do fumicultor produzir o seu tabaco, que é legal e tem nota fiscal.”
JARBAS DA ROSA – Prefeito de Venâncio Aires
“A gente vai ensinar ao Governo Federal como se incentiva a diversificação”
Sobre o anúncio do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que afirmou retomar um programa de diversificação para propriedades fumicultoras, o prefeito destacou que o município está pronto para contribuir com o governo federal, mostrando experiências bem-sucedidas de diversificação que convivem com uma produção de tabaco estável nos últimos anos. “Vamos ensinar a Brasília como se faz, como se incentiva a diversificação. Venâncio Aires é case nisso.”
Ele ressaltou que, na prática, quem promove políticas de diversificação são os municípios. “O fumicultor sabe que só recebeu restrições, nunca incentivo real. Venâncio Aires é referência nacional porque faz com recursos e programas locais aquilo que o governo federal não executa”, afirmou.
