Devido às novas diretrizes curriculares de Jornalismo e de Relações Públicas (RP), aprovadas pelo Ministério da Educação (MEC), em 2013, os cursos deixarão de ser habilitações, o que torna o formado não mais bacharel em determinada habilitação da Comunicação Social, mas sim, bacharel em Jornalismo ou Relações Públicas. As novas diretrizes entram em vigor a partir do ano que vem.

Na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), as regras para o Jornalismo passam a valer em julho de 2016 e para o curso de Relações Públicas, apenas em janeiro de 2017. O coordenador do curso de Comunicação Social da Unisc, Hélio Etges, ressalta que, desde setembro de 2013, houve o indicativo de dois anos para que as instituições de ensino superior se organizassem e reescrevessem os próprios projetos pedagógicos de curso para se adequarem às novas diretrizes.

Na Univates, de Lajeado, as mudanças valem para o primeiro semestre de 2016. De acordo com a assessoria de imprensa da Univates, a transição já é feita, principalmente, em relação à nomenclatura. Desde a última alteração do Projeto Pedagógico de Curso, em 2012, por exemplo, os diplomas já são emitidos como bacharel em Jornalismo.

O curso de Jornalismo, por exemplo, não vai deixar de trabalhar coisas que estão dentro do Curso de Comunicação

PREOCUPAçãOHélio ressalta que as novas exigências são positivas em alguns pontos, mas há uma preocupação em relação aos custos. Ele explica: “Ao separar os cursos, aumenta o valor de cada um deles. Pensamos nisso, e o cuidado que temos sobre o assunto tem a ver com tentar diminuir esse impacto até onde conseguirmos. Mas à medida que eles forem separados, o custo deles vai se elevar.”

Se esta independência será positiva, de acordo com o coordenador, apenas é possível ter certeza a partir da formação da primeira turma.Na opinião dele, alguns cursos, caso tiverem que fazer os próprios investimentos, correm o risco de fechar pelo país afora. “Nós vamos tentar manter essa parte de investimentos dos cursos o mais possível juntos, da mesma forma como procedemos até hoje, de maneira que os alunos possam explorar os mesmos laboratórios, câmeras, gravadores e microfones” conta.

As outras habilitações inclusas no curso de Comunicação Social, como Publicidade e Propaganda, e Produção em Mídia Audiovisual permanecerão juntas. Conforme Hélio, com a independência de cada curso, novos coordenadores terão que ser escolhidos.

* Colaboração: Repórter Ana Carolina Becker

 MUDANçAS

Confira a seguir as mudanças que ocorrerão nos cursos de Jornalismo e Relações Públicas após o MEC torná-los independentes:

O que muda – Jornalismo e Relações Públicas deixam de ser habilitações de Comunicação Social e passam a ter a nomenclatura do curso em si.Quem se forma nessas áreas não será mais bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo ou Relações Públicas, e sim bacharel em Jornalismo ou Relações Públicas.

– Regulamentação das atividades do TCC e do estágio curricular supervisionado, obrigatório, dentro da área de atuação e de, no mínimo, 200 horas, quando antes eram 60.

– A carga horária mínima passa de 2,7 mil para 3 mil horas no Jornalismo. Em RP,  de 2,7 mil para 3,2 mil horas.

– Há uma tentativa de ampliação da atuação profissional, com indicação a ensinamentos de empreendedorismo, por exemplo.

– No Jornalismo, o jornal impresso deixa de ser eixo principal de estudo e dá espaço ao digital.

– Não constará nas grades, mas o aluno de Jornalismo terá que ter duas proficiências em línguas estrangeiras. Será exigida a língua inglesa e a outra é de livre escolha. Conforme o coordenador do curso de Comunicação Social da Universidade de Santa Cruz do Sul, Hélio Etges, o aluno não vai ter disciplina de inglês, espanhol e francês dentro do curso de Jornalismo, mas terá que buscar este conhecimento para conseguir se formar. Por sua vez, o curso de Relações Públicas não exige isso.

O que permanece – O TCC ainda pode tratar da comunicação como um todo.

– Os cursos manterão disciplinas em comum.

– Competências básicas dos egressos.

Fonte: Agência Brasil