Venâncio Aires - Faz pouco mais de um mês que José Lairton Saldanha, 53 anos, carrega no bolso uma chave mais do que especial: a da casa própria. Mas a história dele não é de quem só agora, nessa altura da vida, conseguiu um lar para chamar de seu. Ele já o tinha, até maio de 2024, mas que acabou destruído pela maior enchente da história do Rio Grande do Sul. Lairton, como é conhecido, nasceu, cresceu e morou a vida toda em Vila Mariante, no interior de Venâncio Aires, mas teve a casa condenada após o rio Taquari atingir um nível nunca visto.
Depois da catástrofe climática, o funcionário público estadual morou durante um mês na casa de um tio, no bairro Gressler. Por conta, pagou mais dois meses de aluguel, até ser enquadrado no aluguel social, custeado pela Prefeitura de Venâncio. “Desde então, fui muito bem atendido e tratado pela Prefeitura e pela Secretaria de Desenvolvimento Social. Em setembro, recebi a notícia de que estava selecionado no Compra Assistida [modalidade do Minha Casa, Minha Vida – Reconstrução, da Caixa Econômica Federal]. Foram dois meses para resolver a burocracia e, no começo de novembro, entrei para morar no meu apartamento próprio”, relata.
O novo lar para o Natal
No novo lar, localizado na área central de Venâncio, Lairton mora com a tia Sirlei Viana, 66 anos. Todos os dias, ele vai até Vila Estância Nova, onde trabalha como secretário na Escola Estadual de Ensino Médio Adelina Isabela Konzen. Além da mudança de casa pós-enchente, ele também mudou de local de trabalho, já que era funcionário na Escola Estadual Mariante, extinta pelo Estado após a cheia do Taquari. “É o resgate da minha identidade. Estou abrindo a porta do meu apartamento e resgatando minha identidade, entrando no que é meu. Estou criando uma nova história, como diz o nome do programa. É minha reconstrução.”
Em 2024, Lairton passou o Natal na casa da irmã, Ana Paula, que ainda segue no aluguel social. Para este ano, ele pretende ficar no apartamento. “Pretendo passar o Natal na casa nova, reconstruir o meu Natal e ver se alguns familiares vêm. Porque depois desse tempo todo, eles também estão procurando se reconstruir com as famílias.”
Notícias Relacionadas
“Depois de todo o ocorrido, aprendi a ter resiliência e aprendi que é tudo no tempo de Deus. A gente apressa, mas o tempo certo é o tempo de Deus. Que todos tenham um grande Natal, assim como vai ser o meu.”
JOSÉ LAIRTON SALDANHA – Funcionário público estadual
