Lápis, caderno e borracha são itens básicos para qualquer criança que estuda. Mas enquanto muitos têm acesso a isso e muito mais, outros ficam à mercê das dificuldades financeiras das famílias e não têm material escolar.
As diferenças em sala de aula vão além de um aluno ter mais lápis de cor que o outro. Às vezes, é sobre não ter nada e essa realidade também está presente em Venâncio Aires. Atualmente, a vulnerabilidade social faz com que cerca de 400 crianças não tenham o mínimo de material escolar.
Para tentar mudar, em parte, essa situação, foi lançado nesta quinta-feira, 24, mais uma campanha ‘Volta às aulas solidário’, promovida pela Gabinete da Primeira Dama.A exemplo de outros anos, o objetivo é arrecadar materiais novos ou usados, os quais serão repassados no início do ano letivo às crianças que mais precisam. “Tudo é usado, nada é descartado. E quanto mais pessoas participarem, melhor”, destacou a primeira-dama, Cristiane Wickert.
O prefeito Giovane Wickert, lembrando da recente mobilização para o tratamento médico de Antony Sackser de Mello, disse que o importante é ajudar. “Não importa o volume, mas sim a doação. Cada criança vive uma realidade diferente, vemos desigualdade. Então nos pequenos detalhes, podemos fazer a diferença.”
A CAMPANHA
Nessa força-tarefa, diversas entidades e clubes de serviço estarão engajadas. Lions Melvin Jones, Rotaract, Rotakids, Rotary Chimarrão, Rotary Venâncio Aires, Ordem DeMolay, Léo Clube, Casa da Amizade, Lions Clube e Escoteiros Arés.
Diferente das outras edições, quando além das doações foram comercializadas rifas para comprar materiais (R$ 8 mil em 2017 e R$ 6 mil em 2018), dessa vez não haverá cartelas. As próprias entidades, templos e igrejas, clubes de serviço, comunidades e estabelecimentos comerciais poderão arrecadar dinheiro. Mas, ao invés de repassar para o Gabinete da Primeira Dama, os envolvidos comprarão os materiais e depois passarão à pasta.
Novamente, caberá à Secretaria Municipal de Educação fazer um levantamento e receber inscrições de alunos que precisam de materiais. No fim de fevereiro, quando os itens foram recolhidos nos pontos de coleta, serão organizados os kits. Cada kit básico é composto por dois cadernos, lápis, borracha, régua, cola, lápis de cor e tesoura.
Além do material ‘tradicional’, podem ser doados estojos, pastas e mochilas. Para quem tem livros didáticos usados, também pode doar – nesse caso para um projeto em parceria com a usina de reciclagem.
O material informativo da campanha conta com a participação de quatro crianças: Thales Faleiro da Cruz, 7 anos, e Byanca Isadora Silveria Wermuth, 5, que ilustram as fotos. Já os irmãos Arthur Gabriel Cetolin da Rosa, 14 anos, e Enzo Daniel Cetolin da Rosa, gravaram o jingle da campanha.
343 – foi o número de kits distribuídos ao longo de 2018
A realidade de cerca de 400 alunos
Ligado à Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Social, o Gabinete da Primeira Dama recebe com frequência demandas relacionadas à falta de material escolar. Segundo a chefe do setor, Núbia Fengler, essa é a realidade de cerca de 400 estudantes de Venâncio Aires e há casos de crianças que não frequentam a escola porque não tem material escolar. “Isso acontece. Embora as próprias escolas e as professoras conseguem ajudar, com algumas reservas que têm, mas ainda assim tem casos mais complicados”, destaca Núbia.
Conforme ela, essa realidade ‘mais dura’ está presente em algumas escolas da região serrana do município, como nas localidades de Santos Filho e Cachoeira, por exemplo. E foi para lá que parte dos 170 kits que sobraram em 2018 foram enviados. “Temos ainda uma reserva, que vamos destinar assim que começar o ano letivo. Mas é importante que a companha tenha engajamento, porque ainda não sabemos exatamente quantos alunos e escolas precisarão de materiais em 2019.”