Neste domingo, 28, o Brasil vai conhecer um novo presidente, já o Rio Grande do Sul terá um novo comandante ou reelegerá, pela primeira vez em sua história, um governador. Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) querem a presidência da República, enquanto Eduardo Leite (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB) ‘brigam’ pelo Palácio Piratini. Em vantagem segundo as pesquisas de intenção de voto, Bolsonaro e Leite esperam que as projeções se confirmem, mas Haddad e Sartori acreditam na virada para vencerem as eleições.
Em Venâncio Aires, no primeiro turno Bolsonaro superou Haddad por larga margem. Foram 23.327 votos para o candidato do PSL e 9.677 para o petista. Na corrida para o Governo do Estado, Sartori fez a maioria dos votos – 16.407 -, mas teve Leite no retrovisor, com 14.704 votos. De um total de 44.406 eleitores aptos na Capital Nacional do Chimarrão, os votos válidos chegaram a 41.258 para presidente e 38.959 para governador. Já os votos brancos e nulos somaram, respectivamente, 1.731 e 1.417 para presidente e 2.717 e 2.730 para governador. Ou seja, além de buscarem os eleitores de candidatos derrotados no primeiro turno, Bolsonaro, Haddad, Leite e Sartori têm a oportunidade de sensibilizar quem foi branco ou nulo.
A eleição presidencial, como ocorre tradicionalmente, é feita a partir dos representantes dos partidos que apoiam um ou outro candidato. Dessa forma, os eleitores tendem a decidir seus votos pelo que assistem na televisão, ouvem no rádio ou leem no jornal. Por outro lado, pleito para governador do Estado costuma oportunizar ‘aparições’ dos postulantes na Capital do Chimarrão. Nenhum dos que disputaram a eleição veio até Venâncio na campanha, mas no período pré-eleitoral estiveram por aqui Eduardo Leite (PSDB), Jairo Jorge (PDT), Miguel Rossetto (PT) e Roberto Robaina (PSOL).
José Ivo Sartori (MDB), embora não tenha passado pelo município recentemente, é conhecido pelas visitas à Fenachim, em 2016, inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Corsan e Festa de Abertura Oficial da Colheita do Tabaco, ambas em 2017 – compromissos cumpridos por ser governador.
RECADOS PARA VENÂNCIOEm meio a correria da última semana de campanha, Leite e Sartori concordaram em atender pedidos de entrevista da Folha do Mate. O tucano falou por telefone, pessoalmente, já o gringo respondeu por meio de sua assessoria, justificando dificuldade de agenda para falar com a reportagem. Ambos, contudo, demonstraram conhecimento das principais demandas locais. A Folha, cumprindo com sua missão de informar leitores e eleitores, para que a partir de propostas e pensamentos possam definir suas escolhas, disponibiliza as respostas dos candidatos nesta edição. Uma contribuição para quem ainda está em dúvida.
Os candidatos e seus posicionamentos
José Ivo Sartori
Expectativa para a reta final de campanha
“A melhor possível. O calor da militância nas ruas, o apoio de lideranças políticas e sociais importantes e de partidos como o DEM, o Novo e o PSL, que se juntaram aos nove que formam nossa coligação. Tudo nos dá a certeza de que sairemos vitoriosos. Não vale dar importância a pesquisas. Meu termômetro é a reação das pessoas na rua. Lembram de 2014? As pesquisas indicavam que eu não chegaria ao segundo turno, mas o que se viu no final da apuração todo mundo sabe. Por isso, digo e repito que pesquisa que vale é só a da urna, e conclamo sempre o eleitor a pesquisar seu coração na hora de registrar o voto”.
Eleição em Venâncio Aires
“É natural que aqueles que apoiam outro candidato digam coisas como ‘vamos virar a eleição em Venâncio’, já que vencemos aí no primeiro turno. Isso faz parte do jogo político. Mas quero dizer que as informações que temos da região são as melhores possíveis. Nossas lideranças em Venâncio dizem que há uma saudável receptividade às nossas propostas, o que nos anima muito e indica que continuamos no rumo certo”.
Sobre a EGR e a RSC-287
“Em relação à EGR, a situação financeira do Estado definirá o futuro da empresa. A manutenção ou concessão são dois modelos positivos e não são excludentes. A EGR é importante para gerenciar as praças comunitárias e o modelo de concessão é válido para praças ou polos rodoviários que exigem grandes investimentos. Sobre a RSC-287, temos conhecimento da campanha pela duplicação da rodovia e apoiamos a iniciativa, pois sabemos a importância dessa estrada para a economia e a infraestrutura de transportes do Rio Grande do Sul. Trata-se de uma via que liga a Fronteira Oeste e o Centro do estado à Região Metropolitana, formando, com a BR-386 e a BR-116, um corredor de exportação para o Porto do Rio Grande. É por isso que a RSC-287, entre Tabaí e Santa Maria, está no Programa de Concessão de Rodovias, que, no momento, está sendo finalizado pela Secretaria do Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). Nossa meta é concluí-lo ainda este ano, com a premissa de duplicar a rodovia a partir de investimentos em parceria com a iniciativa privada”.
Política em relação ao tabaco
“O Brasil é o segundo maior produtor de tabaco do mundo. O Rio Grande do Sul é responsável pela metade da produção nacional e representa 10% das exportações. Portanto, o setor da fumicultura, assim como todo o segmento primário, é fundamental à economia e ao desenvolvimento do estado. Vamos formular um programa específico sobre fumicultura. Já estamos atuando na extensão rural e no apoio aos pequenos produtores com linhas de financiamento e apoio. O Estado apoia o Sinditabaco em programa que incentiva o plantio de milho, feijão e pastagens após a colheita do tabaco. Isso permite ao fumicultor diversificar suas atividades, proteger o solo da erosão, evitar a proliferação de pragas e ervas daninhas, colher mais alimentos para as famílias, economizar na alimentação dos animais e gerar renda extra na propriedade”.
Distrito Industrial de Vila Estância Nova
“A área da extinta Fepagro, destinada à ampliação do Distrito Industrial de Vila Estância Nova, ao lado da Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva), já obteve a aprovação do Legislativo. Porém, o processo foi suspenso em decorrência da Lei Eleitoral que veda qualquer cessão de uso, doação ou recebimento de bens entre entes públicos em ano eleitoral. Portanto, foi recomendada pela Assessoria Jurídica da Secretaria de Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos (Smarh) a interrupção do expediente, enquanto perdurar o período eleitoral. O município foi cientificado de que o processo aguarda o término do ano eleitoral para ter prosseguimento”.
Eduardo Leite
Expectativa para a reta final de campanha
“Estamos muito confiantes, as pesquisas indicam isso. Apesar de todas as fake news, boatos e mentiras lançados por adversários, ampliamos a vantagem de 18 para 20 pontos percentuais. Isso nos deixa muito confiantes, mas claro, com pés no chão, porque o voto na urna é o que importa. Então, vamos entusiasmados, mas com pés no chão. Nestes últimos dias, passamos por Pelotas, que é a minha cidade, e vamos concentrar esforços em Porto Alegre e Região Metropolitana, principalmente, até porque temos uma série de agendas e entrevistas para cumprir em um curto espaço de tempo”.
Eleição em Venâncio Aires
“Fomos bastante presentes em Venâncio Aires e região desde a pré-campanha. Nossos coordenadores fizeram excelente trabalho tanto aí na Capital do Chimarrão, quanto em municípios vizinhos. Sabemos da mobilização de correligionários de partido e de outras siglas que fazem parte da nossa coligação. É muito gratificante contar com este apoio e temos a ambição de vencer as eleições na cidade também no segundo turno, consolidando o que já aconteceu”.
Sobre a EGR e a RSC-287
“São pontos que bastante nos diferenciam do atual governador, pois ele defende que a Empresa Gaúcha de Rodovias se mantenha pública e eu defendo que seja extinta. Penso que não é o papel do Estado operar diretamente com uma empresa estatal para a manutenção de rodovias. Vamos passar isso para a iniciativa privada, ficando o Governo do Estado com o papel de modelagem, concessão, regulação, os serviços de fiscalização. Por isso, vamos operar com um grande programa de concessões de estradas para viabilizar investimentos importantes como a duplicação da rodovia RSC-287, tão importante para Venâncio Aires, para os municípios da região e para o Rio Grande do Sul, por se tratar de um grande corredor de escoamento de produção”.
Política em relação ao tabaco
“Em primeiro lugar vem o reconhecimento ao tabaco, à fumicultura, como geradora de empregos e renda. É uma cultura muito importante para o estado e, principalmente para a região e certamente será prestigiada e reconhecida no nosso governo. O tabaco estará na mesma esteira que pretendemos para o Estado, com geração de emprego e renda e ganho de competitividade, com redução de impostos e melhoria de infraestrutura, principalmente na produção, reduzindo a burocracia para apoiar quem produz. É dessa forma que vamos crescer e gerar mais riqueza para o Rio Grande do Sul”.
Distrito Industrial de Vila Estância Nova
“Tenho informações a respeito do processo de doação. Sabemos que restam detalhes burocráticos, mas isso acaba se arrastando além da expectativa do Município, que quer receber logo a área para deflagrar o processo de infraestrutura. Vamos trabalhar no sentido de desenrolar de uma vez por todas esta situação, pois somos a favor de toda e qualquer iniciativa que promova o desenvolvimento do nosso estado. Nós queremos dar o apoio e construir soluções que viabilizem investimentos privados, que são aqueles que vão gerar receitas, gerar riqueza, gerar arrecadação, geração de empregos e renda também. Então, podem contar conosco em políticas de desenvolvimento que viabilizem o Distrito Industrial”.