Com uma matriz produtora de 2.400 cabeças, a bovinocultura leiteira é destaque pela crescente busca por melhorias nos sistemas de ordenha, resfriadores e investimentos em melhoramento genético e pastagens.
Um exemplo está em Vila Palanque, quase divisa com Mato Leitão. É na propriedade da família Hermes que a criação de vacas leiteiras começou como uma forma de diversificar, em 2011, e hoje é a principal fonte de renda. São 19 vacas em lactação, que produzem 500 litros de leite por dia, além de novilhas e terneiras.
À frente dos trabalhos está o casal Arno e Carmelita, e o filho Diego, de 23 anos, que tem se especializado cada vez mais. Sempre assessorado pela Emater, o jovem já realizou diversos cursos, como de manejo do gado de leite, melhoramento genético, dieta de vaca de leite e de inseminação artificial em bovinos de leite.
Para a inseminação, os Hermes investiram na aquisição de um botijão para as raças Jersey, holandesa e o cruzamento de ambas. Além disso, compraram um resfriador a granel para mil litros e uma ordenhadeira canalizada, por onde as vacas passam no início da manhã e no fim da tarde. Todo o leite produzido é coletado por caminhões da Languiru, de Teutônia, na qual são associados.
Mas não apenas na infraestrutura, a família entende que para produzir um leite de qualidade é preciso garantir uma boa alimentação aos animais. Nesse caso, uma dieta à base de silagem, ração e muito pasto. “Azevém, capim kurumi e grama tifton são o principal. Ajudam muito na digestão do animal”, explica Diego.
O jovem, que faz um curso de gestão rural, revela que não pensa em sair do interior. “Se há possibilidade de investir na agricultura e o setor ser mais valorizado, não tem por que não trabalhar com isso.”
Números do leite em Venâncio Aires:
186 famílias produtoras com fins comerciais2.400 matrizes em ordenha4.500 litros por matriz2 agroindústrias
Melhoramento genético garante padronização de terneiros
Para manter a matriz de 150 vacas e 130 terneiros, Guilherme Knies, 38 anos, tem focado em dois pontos importantes: melhoramento genético e alimentação. Na propriedade de 232 hectares, em Linha Campo Grande, o produtor mantém as crias até atingirem os sete meses de vida e depois elas são vendidas para engorda e terminação, para criadores de várias partes do Rio Grande do Sul.
Atualmente, os animais produzidos são chamados ‘meio sangue’ e o cruzamento industrial é com a raça Angus. “Isso me garante um terneiro padronizado”, afirma o produtor, que ainda cruza os animais com touros.
Knies começou a trabalhar com inseminação artificial há cerca de oito anos e hoje, com um botijão de sêmen, consegue inseminar até 50 vacas em um dia, através do IATF, a Inseminação Artificial em Tempo Fixo. Assessorado por um veterinário e um inseminador, Knies revela que é possível “através de um protocolo, controlar o período fértil da vaca.”
Somado ao melhoramento genético e à sanidade do animal, está a nutrição. Os terneiros criados por Guilherme Knies se alimentam de leite, mamando na vacas, e com pastagens. No inverno, a prioridade é pelo azevém e, no verão, sal mineral, aliado ao pasto de aruana e campo nativo. “No campo, o terneiro vai no cocho dele, onde as vacas não têm acesso.”
Números do gado de corte em Venâncio Aires:
160 famílias produtoras com fins comerciais8.250 cabeças de gado400 quilos de carne é a média que rende cada animal