A história de 132 anos do Clube de Leituras pode ganhar um novo recomeço. Depois das últimas gestões renunciarem e o clube estar sob o comando de uma comissão provisória desde março, um novo candidato surge para assumir a entidade instalada na Júlio de Castilhos. O corretor de imóveis e empresário Telmo Kist oficializou sua candidatura para presidir a associação.
Ele está com a diretoria formada, porém, por uma questão estratégica, os nomes ainda são mantidos em sigilo. Mas adianta que o grupo mescla juventude e experiência, para o clube voltar a ser forte. O encontro para escolha e posse dos novos membros que comandarão o clube está marcada para a próxima terça-feira, dia 10 de dezembro, às 20h, na sede.
Na assembleia extraordinária ainda serão debatidas alterações e consolidação do estatuto social do clube, bem como assuntos gerais. O edital prevê prazo para inscrições das chapas até às 17h, mas Kist deve ser o nome de consenso. Ele informa que caso seja eleito pretende implementar uma série de mudanças para fortalecer o orçamento da entidade. A intenção é criar um local para acolhimento de terceira idade e também incrementar os espaços esportivos, como forma trazer de volta os jovens. O candidato quer criar uma sala de jogos exclusiva dentro da entidade. Atualmente já funcionam no clube sauna, piscina térmica e padel.
CONTAS
Uma das metas a curto prazo é colocar as contas da entidade em dia. Formas capazes de gerar receita suficiente para manter o equilíbrio do Clube de Leituras já estão em estudo. Para atingir o objetivo, a intenção é incrementar as parcerias, destacou Kist, ontem, durante entrevista ao programa Terra em Meia Hora, da Rádio Terra FM.
“Embora a meta seja colocar as dívidas em dia, atualmente elas não comprometem o funcionamento da entidade. São basicamente tributos federais e municipais que precisam ser renegociados e fornecedores que estão em atraso”, destacou.
O clube possui um orçamento mensal próximo de R$ 16 mil, mas o novo presidente quer pelo menos dobrar esse valor. Ao mesmo tempo que ocorrem melhorias estruturais, é desejo do candidato selecionar um ecônomo para que volte a funcionar, por exemplo, no primeiro piso, um restaurante. “Precisamos garantir renda permanente ao clube. Hoje, boa parte dos recursos que ingressam são de locações, que são sazonais”, diz ele. Hoje já existem os departamentos Jurídico, Esportivo, Cultural, Social e Patrimonial. A intenção é criar mais dois: Captação e Projetos e de Marketing e Comunicação.
PISCINA
Uma das áreas do clube que permanece desativada é a piscina externa. A curto prazo não existe projeto para aquele espaço. A piscina, com dimensões semiolímpicas, possui 2,5 metros de profundidade. O candidato à presidência do clube quer promover um debate, ao assumir, sobre o futuro do local. Pela profundidade da piscina, é exigência a presença de permanente de um guarda-vidas.
Comissão executiva provisória toca o clube
Desde o início do ano, o clube é administrado por uma comissão executiva provisória, formada por Ailto Melo, Cássio Gauer, Fábio Azevedo, Rogério Seibt e pelo integrante do Conselho Fiscal, Walter Bergamaschi.
O grupo promoveu uma série de melhorias nesse período e mais de R$ 100 mil já foram investidos. O salão principal foi um dos espaços que mais atenção recebeu durante as reformas. O salão Piazito recebeu móveis e utensílios novos, além de ter a estrutura física renovada como um todo.
É estimado que hoje 130 integrantes estejam ativos e frequentando diferentes espaços, como quadra de padel, sauna e piscina térmica (usada principalmente para aulas de hidroginástica). Existem quase 500 associados honorários e remidos – categorias de associados que são isentas de mensalidades.
SAIBA MAIS
- O Clube de Leituras foi fundado na então Freguesia de São Sebastião, em 30 de abril de 1887, para a prática e incentivo da leitura e a difusão da cultural sob o nome de Leserverein. A entidade surgiu antes mesmo de Venâncio Aires ser oficializado como município.
- A entidade já abrigou biblioteca e sessões de cinema. Durante uma época o Leseverein foi denominado de Clube Comercial. Apenas em 1968 que voltou a ser denominado de Clube de Leituras.
(Fonte: Livro Abrindo o Baú de Memórias organizado pelo professor Olgário Paulo Vogt).