Se algumas décadas atrás o aipim in natura era usado apenas para consumo das famílias e no trato animal, nos últimos anos isso perdeu força para a questão comercial. Atualmente, Venâncio Aires lidera entre os municípios gaúchos quando o assunto é área plantada – 2,2 mil hectares – e segue entre os três maiores produtores do Rio Grande do Sul.
Conforme relatório do escritório local da Emater, da produção total, 55% é comercial, seja venda direta, em feiras, na Ceasa ou para agroindústrias. Dentro desse número, são cerca de 400 famílias que produziram e venderam cerca de 20 mil quilos por hectare na safra 2017-2018.
Histórica e geograficamente, a região do Barro Vermelho concentra o maior número de produtores, espalhados entre Linha Herval, Vila Palanque, Linha Travessa, Grão Pará e Vila Santa Emília. A maioria são “ceaseiros”, que escoam a produção até Porto Alegre.
É o caso de Robério Adolfo Krammes, 48 anos, morador de Linha Travessa. Ele nunca plantou tabaco e sempre teve em outras culturas o sustento da esposa Fabiane e dos três filhos.
O destaque na propriedade de 8,5 hectares é o aipim. O produto ocupa 5 hectares, que produzem cerca de 56 toneladas por safra (ou 2.800 caixas de 20 quilos cada). Além disso, ele ainda compra aipim de outros produtores. Tudo é vendido diretamente na Ceasa, em Porto Alegre, para onde Krammes viaja três vezes por semana, há 28 anos. O transporte é feito com dois caminhões próprios.
Livre de agrotóxicos, o aipim é cultivado geralmente de fevereiro a setembro. Sem a necessidade de maiores inovações na lavoura, já que a colheita é manual e com mão de obra trocada entre vizinhos, Krammes apenas investiu em um trator, usado no preparo da terra.