Dezessete agricultores de Venâncio Aires, dois de Santa Cruz do Sul e um de Vera Cruz, estão muito perto de começar algo que será novidade para todos: a criação de aves de corte. Por enquanto, a nova produção desses trabalhadores do interior segue como expectativa. Mas, a partir deste mês, começa a ganhar forma, já que está previsto o início das obras do Condomínio Avícola Venâncio Aires, em Linha 17 de Junho.
O recurso para começar as obras foi liberado nesta quinta-feira, 28, quando houve a assinatura do contrato com a Cooperativa Sicredi, na agência STR da Capital do Chimarrão. Todos os 20 associados à Cooperativa dos Suinocultores de Encantado Ltda (Cosuel), assinaram o documento. Os R$ 7,310 milhões do financiamento possibilitarão a construção de oito pavilhões de 2.400 metros quadrados cada, capazes de alojar 275 mil aves por lote. Os agricultores envolvidos terão um prazo de oito anos para pagar o investimento.
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ESTRUTURA
O Condomínio Avícola Venâncio Aires será erguido em uma área de 11 hectares na Linha 17 de Junho, quase divisa com Linha Harmonia da Costa. A construção, que deve durar cerca de oito meses, começa assim que a terraplenagem for concluída. Durante a assinatura do contrato, o secretário de Agricultura de Venâncio, André Kaufmann, garantiu que os trabalhos terminam ainda em março.
O condomínio seguirá o modelo Dark House, considerado um sistema de última geração em aviários. Segundo Vanderlei Michelon, técnico agrícola da Cosuel, com esse modelo é possível controlar todas as condições internas da estrutura, principalmente a temperatura. “É o que tem de melhor e teremos paredes fixas de isopainel [chapas com isolantes térmicos] e não as tradicionais lonas.”
Ainda conforme Michelon, a alimentação será automatizada e serão cerca de seis funcionários lidando diariamente no condomínio. A produção de frangos de corte será para aves de até 45 dias.
Frango pela primeira vez
Coincidência ou não, os 20 associados irão para sua primeira experiência como criadores de frango. A maioria já trabalha com cooperativas, mas para a produção de suínos e leite. Entre eles, Lauri Schwendler, presidente do Condomínio Avícola Venâncio Aires. Morador de Linha Arroio Grande, Schwendler não escondeu a expectativa da nova empreitada. “Vai ser uma novidade para todos, mas é a grande oportunidade de ter um espaço para isso. A maioria de nós tem uma propriedade pequena, que não teria espaço para aviários.”
Quem também vai ‘investir nessa’ é Luis Fernando Hackenhaar, 34 anos, que tem produção de suínos e leite em Vila Santa Emília. “É uma forma de ter outra renda e a tendência é que esse condomínio aumente depois de pago. É só lembrar como começou o condomínio suinícola na Linha 17. Olha como cresceu.”
DINHEIRO LOCAL
Sobre apostar em algo novo, o presidente da Sicredi Vale do Rio Pardo, Heitor Petry, também destacou a capacidade de empreender dos produtores locais. “É assumir riscos, sim, mas isso mostra que as pessoas não se acomodam.”
Petry ressaltou ainda que os valores do financiamento são das próprias cadernetas de poupança. “Com os recursos exauridos do BNDS, essa linha de crédito foi possível com a captação na região. É dinheiro local que vai possibilitar tudo isso.”
