Repetindo a movimentação registrada em várias cidades brasileiras, venâncio-airenses também foram para a rua nesta sexta-feira, 14, no dia marcado pela greve geral contra a Reforma da Previdência. No município, cerca de 150 pessoas participaram de uma caminhada ao longo da Osvaldo Aranha na tarde de hoje, entre a rua 15 de Novembro e a Praça Católica.
Acompanhados de carros de som, integrantes dos sindicatos, professores do Cpers e estudantes carregaram cartazes e bandeiras, questionando as possíveis perdas das classes trabalhadoras e os cortes anunciados pelo Ministério da Educação. Com palavras de ordem e em coro, frases como “ou para a reforma ou paramos o Brasil” e “tira a mão do que é nosso”, os participantes criticaram a proposta do presidente Jair Bolsonaro.
O ato em Venâncio foi convocado pelo Comitê Suprassindical, formado pelos sindicatos do Fumo, Alimentação e Afins, do Calçado e Vestuário, dos Metalúrgicos, dos Trabalhadores Rurais e dos Comerciários, além de contar o apoio do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) e do Cpers. Por isso, o IFSul e as escolas estaduais Cônego Albino Juchem, Crescer e Zilda não tiveram aula.
Se somaram à manifestação, integrantes de sindicatos de Santa Cruz do Sul que, durante a manhã, contaram com o apoio das entidades de Venâncio no protesto que ocorreu na Praça Getúlio Vargas.
PERDAS
Os sindicatos consideram que as classes trabalhadoras terão perdas, como o abono do PIS (Programa de Integração Social). Atualmente, ele é pago a quem tem vencimentos de até dois salários mínimos, mas passará a ser de direito de quem ganha até um salário mínimo. “Não podemos aceitar isso. Num município do porte de Venâncio vamos perder R$ 15 milhões girando na economia”, afirmou o vice-presidente do Sindicato dos Comerciários, Marcos Azeredo.
Outra reivindicação é sobre o aumento da idade mínima para aposentadorias e o salário-família, que passará a ser benefício de quem recebe até um salário mínimo, no máximo.
E DEPOIS?
Manifestação semelhante a de hoje ocorreu no dia 22 de março. Desde então, a Reforma da Previdência vem pautando reuniões do Comitê Suprassindical de Venâncio. Segundo Nestor de Azeredo, do Sindicato do Fumo, o comitê seguirá “alerta”. “Isso não morre aqui. Vamos continuar monitorando o andamento das discussões. Também temos um abaixo-assinado contra a reforma o qual, assim que possível, vamos entregar aos deputados da região.”