Desde 2018, Mariana toca violino na Orquestra Sinfônica da Bahia (Foto: Caio Lirio/Divulgação)
Desde 2018, Mariana toca violino na Orquestra Sinfônica da Bahia (Foto: Caio Lirio/Divulgação)

A música entrou na vida de Mariana Krewer, 35 anos, ainda durante a infância e por recomendação médica. Tocar flauta foi uma indicação de um homeopata para a menina que sofria com asma. A venâncio-airense gostou da experiência, aprendeu a tocar outros instrumentos e, aos 14 anos, iniciou no violino. Duas décadas depois, ele segue como instrumento de trabalho, a mais de 3 mil quilômetros de Venâncio Aires, na capital baiana, Salvador.

Desde 2018, Mariana integra a Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba). A seleção ocorreu quando ela ainda morava nos Estados Unidos, onde fez mestrado e doutorado na Louisiana State University. “Foi providência divina ter conseguido ingressar na Osba, pois fiz o processo seletivo mas sem a expectativa de conseguir, pois ainda estava estudando e não poderia assumir. Tive a sorte de ficar como primeira suplente. Assim me formei em janeiro e em fevereiro de 2018 assumi na orquestra”, relata.

Rotina da violinista

A rotina da musicista inclui estudos em casa e ensaios com o grupo, com apresentações semanais, aos sábados. “Recebemos o programa da semana e há um tempo de preparação individual, em casa, para chegar no ensaio já com as peças aprendidas, pois quando o ensaio começa é para valer. São quatro ensaios e um geral, por programa”, conta Mariana.

As apresentações, geralmente aos sábados, ocorrem em Salvador e em outros teatros da Bahia. “Atualmente, o teatro Castro Alves, que é a ‘casa’ da Osba, está em obras, então nos apresentamos de forma itinerante. Um dos locais onde já nos apresentamos é na concha acústica, o maior palco de Salvador, para 5 mil pessoas.”

De acordo com Mariana, a Orquestra conta com cerca de 100 a 120 músicos e, considerando toda a equipe, são mais de 200 pessoas. “É um ambiente muito legal, com colegas muito parceiros”, define a venâncio-airense, que vive em Salvador com o marido Aaron T. Shockney e as filhas Ana Vitória e Aila Beatriz Krewer Shockney, de 10 e 5 anos. Em geral, eles visitam a Capital do Chimarrão uma vez por ano, para visitar a família. Recentemente, o pai de Mariana, Norberto, faleceu. A mãe, Rosa Maria Krewer segue residindo em Venâncio Aires, enquanto a irmã Marícia Krewer mora na Nova Zelândia. “Apesar de estar longe, sou a filha que mora perto de Venâncio”, brinca Mariana.

Mariana: “Foi o violino que me escolheu”

Para Mariana, além de ser trabalho, a música é uma forma de expressão, de sublimação criativa, para a qual o violino é um meio. “Gosto de música, já toquei outros instrumentos, mas tenho facilidade com violino, é o que me cai melhor. Foi o violino que me escolheu”, define ela, que teve como principal professor em Venâncio Aires o músico Célio Elgert por vários anos. Na região, ela também integrou a Orquestra da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).

Na visão de Mariana, que é bacharel em Música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a cena musical de Venâncio Aires sempre foi interessante, com projetos educativos por meio da música, a exemplo da orquestra do ‘tio Célio’. “Existem projetos sociais voltados a crianças e jovens em diversas partes do país, e essa é uma base que funciona muito bem. Sempre tem alguém que sai para o profissional, como foi o meu caso”, observa. A violinista também lembra que a família materna, dos Konzen, de Vila Estância Nova, teve muitos músicos amadores. Além do clássico e barroco, rock instrumental e metal progressivo estão entre os estilos de música preferidos de Mariana. “Mas desde que as meninas chegaram, esse gosto se tornou ainda mais eclético.”

Juliana Bencke

Editora de Cadernos