Buracos nas rodovias gaúchas não são novidades para quem trafega por elas, tão pouco para a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). No entanto, a solução mais viável que a estatal encontrou para atender a demanda são as operações tapas buracos. “Por enquanto não temos outra saída, esse é o retorno mais rápido que podemos dar”, destaca o diretor-presidente da estatal, Nelson Lidio Nunes.

Nesta semana há 30 equipes trabalhando nas rodovias de responsabilidade da EGR. Os grupos realizam ações de conservação das estradas – como: limpeza, pintura, poda com roçadeira articulada, roçada, entre outros serviços – e obras. Conforme o presidente, na RSC-287 há, no minimo, cinco equipes de três empresas voltadas apenas para os reparos e a manutenção de estradas. “Essas equipes têm ordem para trabalhar até tapar todos os buracos, independente do horário que terminem.”

Até a última quinta-feira, 23, por exemplo, havia sido contabilizado 84 buracos entre Tabaí e Paraíso do Sul. Conforme Nunes, eles fazem parte da relação dos buracos que deveriam ser tapados até sexta-feira, 24. “O que surge muitas vezes é que, com a chuva o asfalto não segura por muito tempo”, avalia e acrescenta: “por isso, agora estamos trabalhando com asfalto seco, que pode ser colocados na rodovia com ou sem chuva.”

Foto: Guilherme Siebeneichler / Folha do Matereparos, buracos, continuam, RSC-287, rodovias, gaúchas
Em Ponte Queimada há um trecho crítico, com buracos grandes em sequência

ATé QUANDO?

Antes do fim do mandato do Governo Tarso Genro, o ex-presidente da EGR, Luiz Carlos Bertotto, havia explanado que a única solução para a RSC-287 seria uma nova estrutura asfáltica. A justificativa é de que, além de velha, a atual não comporta mais o peso e a quantidade de veículos que trafegam por ela. Questionado sobre as obras que ‘resolveriam’ os problemas e o sonho da duplicação, ele disse: “não temos perspectiva no momento, por falta de recursos da praça.”

Para se ter uma noção, o pedágio de Vila Arlindo é responsável pelos quilômetros entre Tabaí e Santa Cruz do Sul. São aproximadamente 100 quilômetros, para um pedágio. “Cada quilômetro, hoje, para ser refeito custa de R$ 4,5 a R$ 5 milhões.” Entre janeiro e junho, conforme o site da EGR, entrou na praça de pedágio venâncio-airense, em Vila Arlindo, mais de R$11,8 milhões. Até agora, segundo a relação, foram desembolsados R$ 9,3milhões.

Segundo o presidente, há muitos serviços que não são ‘notados’. “Tudo tem um custo, tem o de arrecadação do pedágio, da capina, da manutenção, enfim, tudo tem uma série de custos”, destaca. Mesmo assim, Nunes garante que 70% do valor arrecadado é destinado exclusivamente para os reparos nas rodovias.

 149 km

Ao todo, a EGR administra 149 quilômetros da RSC – 287, entre Tabaí e Paraíso do Sul. Nesses quilômetros há duas praças de pedágios: em Venâncio Aires e Candelária.

  Corepe reclama da falta de comunicação

Quando contatado para falar sobre a cobrança de reparos à EGR por parte do Conselho Comunitário das Regiões das Rodovias Pedagiadas (Corepe) Trecho 8, o presidente Luciano Naue disse que há falta de comunicação entre a estatal e o grupo regional. “Eles esqueceram da gente”, lamenta e acrescenta “estamos sabendo das decisões da EGR a partir da imprensa local.”

Conforme Naue, fica difícil desempenhar o papel de um órgão fiscalizador no momento em que não há uma conversa. “Não estamos conseguindo acompanhar as decisões porque eles não nos passam informações antecipadas”, destaca novamente. De acordo com o presidente, o Corepe Trecho 8 está há semanas ligando e mandando e-mails. “Nem a próxima reunião semestral estamos conseguindo marcar, porque não estamos recebendo nada de retorno por parte deles (EGR).”

Está um relacionamento muito difícil, eles esqueceram da gente” Luciano Naue – Presidente do Corede – Trecho 8