Um menino de cabelos loiros, olhos castanhos e brilhantes têm mobilizado centenas de pessoas, em busca de um tratamento do outro lado do mundo. Nos últimos dias, a história de Antony Sackser de Mello, 3 anos e 10 meses, repercutiu nas redes sociais e ganhou as rodas de conversa no município.
Depois de uma encefalite viral que deixou lesões cerebrais e comprometeu o desenvolvimento do venâncio-airense, em 2017, a família iniciou, no fim do ano passado, uma campanha para arrecadar o valor suficiente para o tratamento com células-tronco, na Tailândia.
“A aplicação de células-tronco na medula pode estimular o desenvolvimento dele. Conversamos com pessoas que realizaram esse tratamento e elas tiveram uma evolução muito grande”, destaca a mãe, Juliana Andréia Sackser, 34 anos, que se dedica exclusivamente aos cuidados do filho, desde que convulsões, em 31 de maio de 2017, interromperam a vida normal da família.
Na época, Antony tinha 2 anos e 3 meses. “Ele nasceu normal e se desenvolveu perfeitamente. Brincava, corria, desenhava, fazia de tudo”, lembra Juliana. Na manhã de 31 de maio, a mãe foi chamada para a escola de Antony, pois o menino estava abatido. “Levamos ele para a UPA e chegou vomitando e com desmaios.”
Em seguida, começou a ter crises de convulsão. “Ele ficava com o olhar parado, os braços esticados e paralisados”, lembra a mãe. Depois de dois dias internado no Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), em Venâncio Aires, Antony foi transferido para o Hospital Santa Cruz (HSC), onde permaneceu por 23 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Ele chegou em coma e com uma lesão séria no cérebro. Os médicos não nos deram nenhuma esperança. Entregamos nas mãos de Deus e foram feitas muitas correntes de oração, em muitos lugares.”
No 21º dia de internação, contrariando as expectativas, Antony voltou a respirar, o que permitiu que fosse transferido, dois dias depois, para o Hospital de Clínicas, em Porto Alegre. Foram 53 dias de internação, diversos tratamentos, dezenas de exames, inclusive enviados para fora do país, e muitas dúvidas sobre o diagnóstico. “Eram mais de 50 profissionais no caso dele e não se encontrava um diagnóstico. Por fim, a suspeita foi uma encefalite viral, uma infecção no cérebro. Como faltou oxigenação em alguns momentos, ele perdeu a coordenação motora, a lesão atingiu toda a parte da frente do cérebro”, explica Juliana.
Em busca de desenvolvimento
Para a mãe, Juliana Sackser, embora o caminho a percorrer ainda seja longo, em busca do desenvolvimento do filho, a evolução desde que voltou do Hospital de Clínicas, no fim de agosto de 2017, é muito grande. Antony já abre os olhos, já reage a estímulos como cócegas e faz movimentos involuntários com as mãos. Ontem, ele começou as sessões de equoterapia – terapia global realizada com o cavalo. Fora disso, realiza sessões diárias de fisioterapia, além de ter acompanhamento médico e fazer acupuntura.
“Ele voltou para casa imóvel. Os médicos disseram que ele iria apenas vegetar, mas isso não aconteceu. Estamos muito felizes com a evolução do Antony. Antes, ele não tinha nenhum estímulo facial e hoje já sorri”, afirma Juliana.
Contente pelas evoluções do filho e com esperança de que o tratamento na Tailândia possa garantir que ele retome movimentos realizados por qualquer criança, a mãe se emociona ao ver o tamanho da mobilização em torno de Antony.
No ano passado, em 33 dias, a família arrecadou mais de R$ 49,5 mil para viabilizar tratamento de 5 meses, no Centro de Estudos e Fisioterapia para Funcionalidade e Integração (Ceneffi), em Porto Alegre. “O custo é muito alto para nos mantermos lá. Meu marido trabalha e não tem como nos mudarmos para Porto Alegre”, afirma Juliana, que pediu demissão para se dedicar aos cuidados de Antony.
Depois de conhecer a possibilidade de tratamento com células-tronco, Juliana, o marido Marcos Ismael de Mello, 39 anos, familiares e amigos lutam para conseguir levar Antony até o país asiático. O objetivo é arrecadar R$ 320 mil para custear dois protocolos de 30 dias, em um hospital tailandês. “Ele não caminha, não segura a cabeça, não fala. Estamos sempre tentando alternativas para o desenvolvimento do nosso filho”, detalha Juliana.
Saiba como ajudar
1 Uma campanha foi lançada no site Vakinha, por meio do qual é possível indicar um valor para ajudar e gerar um boleto ou realizar a doação via cartão de crédito.
2 Uma ação entre amigos busca arrecadar recursos para o tratamento de Antony. Cada número custa R$ 10 e os prêmios são um ar condicionado split de 9 mil BTUs, uma televisão de 32 polegadas Smart, uma luva de goleiro assinada pelo goleiro do Internacional e um kit de produtos Mary Kay. O sorteio ocorre em 6 de abril.
3 Uma galinhada será realizada no dia 9 de fevereiro, no bairro Macedo. A maioria dos ingredientes já foram doados, mas ainda é possível colaborar. Além disso, os cartões podem ser adquiridos com a mãe de Antony, pelo WhatsApp 99772 9441.
4 Também é possível ajudar com um depósito bancário na Caixa Econômica Federal: agência 0529, variações 001, conta corrente 000134109.