Foto: Folha do Mate / Folha do MateEduardo Kappel (Progressistas) e Tiago Quintana (PDT) foram os protagonistas do debate
Eduardo Kappel (Progressistas) e Tiago Quintana (PDT) foram os protagonistas do debate

O que era para ser uma simples votação de moção apelando pelo aumento de efetivo da Brigada Militar em Venâncio Aires – proposta por Nelsoir Battisti (PSD) -, acabou gerando uma discussão bastante acalorado no Legislativo, durante a sessão desta segunda-feira, 15. Ao comentar a proposta e se declarar favorável, Eduardo Kappel (Progressistas) voltou ao assunto que, sempre que pode, traz ao debate: a implementação da Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva). De acordo com ele, o ex-prefeito Airton Artus (PDT) deveria ter negociado, junto ao Governo do Estado, na época da vinda do presídio, “mais policiais, viaturas, Delegacia de Polícia, metralhadoras e Vara de Execuções Criminais”.

Ainda segundo o progressista, a Peva abriga “todo o lixo da Grande Porto Alegre e, hoje, os nossos agricultores têm que dormir com suas vacas atadas do lado da janela de casa, pois a criminalidade não para de crescer em Venâncio Aires”. Conforme Kappel, a situação poderia ser ainda pior se o colega Nelsoir Battisti, quando era secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, não tivesse providenciado a doação da área no entorno da Peva para a instalação do Distrito Industrial. “O Nelsoir, que teve apoio do Celso Krämer (vice-prefeito, do PTB), foi muito inteligente. Se ele não pega a área, já teríamos uma penitenciária feminina e os presídios Venâncio Aires 2 e 3”, disse o parlamentar”, acrescentando que “o Giovane era vice-prefeito na época e também tem culpa na vinda da penitenciária”.

CONTRA-ATAQUE – Líder do PDT no Legislativo, Tiago Quintana foi para o debate. Afirmou que “este assunto deve ser abordado de forma responsável, mas eu entendo seus argumentos, pois lhe falta a informação”. De acordo com o pedetista, “o câncer de Venâncio Aires era o Instituto Penal de Mariante, na verdade uma grande colônia de férias”. Quintana declarou que a comunidade de Estância Nova se sente mais segura com o regime fechado e desafiou: “Vai lá e pergunta para as pessoas se não é melhor como está agora”.

Conforme o parlamentar, “o Airton não aceitou e nem construiu o presídio fechado por sua conta e livre arbítrio, pois foi uma obra com recursos federais, em uma área do Estado”. Ainda segundo ele, “qualquer medida administrativa que o Município tentasse para barrar e embaraçar a instalação, facilmente seria derrubada na Justiça, afinal, qual juiz se posicionaria contra a construção de um presídio?” Para Quintana, “Airton podia ter sido um destes oportunistas covardes, mas não foi. Uma coisa é sonhar com uma situação ideal e ficar na zona de conforto, esbravejando, outra é a realidade diária da Administração Pública”.