Embora existam diversas facilidades e linhas de investimentos disponíveis nas agências bancárias, muitos ainda preferem guardar dinheiro em casa. Segundo a Delegacia da Receita Federal de Santa Cruz do Sul, somente um morador de Venâncio Aires guarda R$ 998,7 mil em espécie, em casa.
Conforme o delegado Leomar Padilha, 172 venâncio-airenses declararam no Imposto de Renda da Pessoa Física, entregue em 2019, que guardam montantes de dinheiro em casa. Juntos, esses moradores guardam em seus lares uma fortuna de R$ 33,4 milhões.
Na jurisdição da Delegacia da Receita Federal de Santa Cruz, o contribuinte que declarou possuir maior valor de dinheiro em espécie é de Montenegro e informou ter R$ 12 milhões em casa. Enquanto que em Santa Cruz do Sul, um morador declarou ter R$ 3,1 milhões na residência.
ENTENDA
Na região de Caxias do Sul, o volume de dinheiro declarado guardado em casa levou a Receita a desencadear a operação chamada ‘Tio Patinhas’, com o objetivo de investigar se estes valores poderiam ser utilizados para esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro.
A partir dessa operação, explica Padilha, se mapeou os 36,8 mil contribuintes gaúchos que, na declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física informaram deter dinheiro em espécie. Com isso, a Receita está notificando cada contribuinte, via caixa postal eletrônica, sobre a possibilidade de terem que comprovar esses valores. “Nesse momento é um alerta para quem declarou e não possui o valor, retificar a declaração”, explica.
Conforme a Receita Federal, a situação, embora incomum, não representa qualquer irregularidade “desde que os valores declarados possam ser comprovados quanto a sua existência, origem lícita e correta tributação.” Caso contrário, o contribuinte poderá estar sujeito à aplicação de sanções tributárias e penais.
No Rio Grande do Sul, 36.860 contribuintes gaúchos informaram na declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física entregue neste ano, deter dinheiro em espécie, em casa. Juntos, eles possuem R$ 8,6 bilhões em espécie.
