Motoboy conta como funciona a rotina e os desafios da profissão

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Para Alexandre Luiz Ferreira, de 38 anos, o dia começa às 5h30min e encerra somente às 18h30min, com poucas ‘paradas’. Ele é motoboy há mais de 10 anos e, atualmente, é o proprietário da empresa Alexandre Tele-entregas, que conta com oito funcionários e realiza entregas voltadas ao e-commerce (comércio digital como o Mercado Livre, a Amazon e outros).

Natural do município de General Câmara, Alexandre chegou a trabalhar na agricultura e, depois, como servente em obras e também em serviços gerais. Aos 16 anos se mudou para a Capital Nacional do Chimarrão e com 28 anos surgiu a oportunidade de se tornar motoboy. Segundo ele, a rotina é desgastante, mas também satisfatória. “Não é para todo mundo. Passamos frio no inverno e calor no verão. Eu mesmo comecei a ter sinusite, por conta de estar sempre no trânsito”, relembra.

Desafios

Para o motoboy, os principais problemas são os perigos enfrentados no trânsito e os extremos climáticos, tanto calor quanto frio. Segundo ele, já sofreu dois acidentes de trânsito, na primeira vez entregando lanches à noite e sem lesões. Na segunda, caiu em uma pista escorregadia, durante um dia de chuva, no bairro Coronel Brito. “Fraturei algumas costelas, mas curei ‘em cima da moto’. Não parei de trabalhar nenhum dia”, conta.

Sobre as polêmicas envolvendo os motoboys e as críticas por parte da população, ele diz que entende os dois lados, pois realmente existem motoboys que não cuidam da segurança e acabam ocasionado riscos aos demais motoristas. “Normalmente, são jovens que não têm noção nem medo. Às vezes, tem o cano de descarga da moto aberto e até sem espelho, já vi muitos acidentes serem causados por isso.”

Futuro

Com o crescimento dos serviços de entrega em domicílio, Alexandre vê com bons olhos o crescimento da profissão. De acordo com ele, o objetivo é aumentar a frota e, se possível, conseguir um veículo de grande porte, para realizar entregar de produtos maiores.

Ainda assim, ele enfatiza que a profissão tem um futuro promissor para quem está com todos os documentos em dia, o equipamento (motocicleta) preparada para as entregas e que respeita as leis de trânsito.

Venâncio ou Porto Alegre? Uma confusão em dia de chuva

Nos 10 anos de atuação de Alexandre Luiz Ferreira, uma noite não será esquecida. Quando ainda entregava lanches na cidade, recebeu o pedido para uma entrega na rua Assis Brasil, em uma noite de inverno, com temperaturas baixas e chuva. “Só queria finalizar esse pedido e ir para casa”, relembra.

Contudo, rodou por toda a rua Assis Brasil e não encontrou o endereço. Voltou ao estabelecimento comercial e pediu para ligar para o cliente. Com uma nova explicação, voltou para as ruas e ainda não conseguiu achar. Eis que pediu para conversar diretamente com o cliente, que relatava ser uma residência bem no centro da cidade. “Pedi pontos de referência e ele passou locais de Porto Alegre. Por algum motivo, confundiu o estabelecimento e o município”, frisa.

No fim, o lanche esfriou, o cliente não pôde receber, o estabelecimento não pôde entregar e Alexandre passou frio e rodou a Assis Brasil sem encontrar o local. “Pelo menos ganhei um lanche de brinde depois”, brinca o motoboy.



Leonardo Pereira

Leonardo Pereira

Natural de Vila Mariante, no interior de Venâncio Aires, jornalista formado na Universidade de Santa Cruz do Sul e repórter do jornal Folha do Mate desde 2022.

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