Nesta semana, moradores de Vila Estância Nova e lideranças comunitárias voltaram à Câmara de Vereadores. Com placas com a mensagem ‘não ao presídio estadualÂ’, os manifestantes acompanharam mais uma sessão Legislativa, de forma silenciosa.
O grupo, liderado pelo empresário Juarez Rodrigues, vem marcando presença no plenário nas últimas semanas, com a intenção de pressionar as autoridades municipais por providências. Eles vêm ganhando apoio dos vereadores de oposição, que a cada sessão, reforçam a posição contrária à construção de um presídio fechado.
Conforme Rodrigues, a manifestação vai além da exposição de faixas e cartazes. Além de material publicitário, que inclui panfletos e adesivos, a mobilização levou o grupo a fazer um abaixo-assinado que já tem mais de mil adesões da comunidade.
Preocupados com o futuro do município e a segurança dos moradores de Estância Nova, o empresário afirma que não irão descansar. “Vamos tentar fechar o IPM”, se referindo à Colônia Penal Agrícola. Afirma que apoiam, em 100%, a proposta da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços (Caciva), em transformar a área da Cpava em um distrito industrial, no entanto, não querem o presídio no local. Questionado se preferem um presídio regional, disse que não poderia manifestar essa opinião em nome de todos, mas garantiu que a mobilização é pela comunidade, que não quer presídio algum.
Enquanto aguardam a votação de uma audiência pública estadual pela Assembleia Legislativa, o grupo se mobiliza na finalização de uma ação que será encaminhada ao Ministério Público Federal. Para os manifestantes, “é inviável e desumano ter uma escola ao lado de um presídio”. “Em Lajeado não construíram um presídio por causa de meia dúzia de índios e aqui, que tem uma escola com 600 crianças pode?”, interrogou o empresário.
AUDIêNCIA
Nas manifestações dos vereadores, as discussões voltaram a ser divididas entre oposição e situação. Com os desdobramentos da última semana, que trouxe a possibilidade do semi-aberto passar por reformas, mesmo com a construção de um presídio fechado, o vice-presidente da Câmara, vereador José Cândido Faleiro Neto (PT), retomou a possibilidade de propor uma audiência pública, no município, para discutir o assunto. Entretanto, o tema será debatido, inicialmente, nas comissões parlamentares. “A discussão seria sobre a questão do semi-aberto. Minha proposta não é questionar ou discutir quem é a favor ou contra o fechado”, frisou o petista.
é aguardada para amanhã, a votação, na Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa, de dois pedidos de audiência pública estadual, em Venâncio Aires. Dois requerimentos, um do deputado Edson Brum (PMDB) e outro de Marcelo Moraes (PTB), podem ser apreciados durante a reunião da comissão. Uma primeira tentativa, do deputado Moraes, já foi rejeitada na última semana, quando o presidente da comissão, Nelsinho Metalúrgico (PT), não foi favorável à audiência.