O Dia Internacional da Mulher é uma data para ser esquecida por uma das representantes do chamado ‘sexo frágil’. Ontem, Lídia Helena Schmits, 55 anos, fez mais uma denúncia na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Venâncio Aires. A terceira em menos de quatro meses, e todas contra a mesma pessoa. Desta vez, traz no corpo as marcas das agressões sofridas, mas garante que lutará por aquilo que é seu de direito.

Viúva, mãe de uma menina de 12 anos e responsável por uma irmã de 59 anos, Lídia esteve na redação da Folha do Mate para pedir ajuda. Trouxe uma pasta onde guarda os três registros policiais, os laudos médicos e outros documentos. “Só quero viver no que é meu”, mencionou.
Todos os fatos narrados por ela aconteceram no balneário Monte Alegre, em Vale Verde. Há quatro anos, devido a depressão, foi orientada por médicos e decidiu procurar um local isolado para morar e seguir com seu tratamento. Largou a profissão de empresária, comprou uma área sem vizinhos, próximo ao rio Jacuí e foi morar com a filha e a irmã.
Nos primeiros momentos ela teve problemas com um morador, mas depois a situação se acalmou. “é que eu ainda precisava pagar algumas prestações da área que comprei e como ele se diz irmão daquela pessoa, parou de me incomodar por um tempo”, revelou.
Lídia conta que o tratamento de saúde ia bem, até a enchente registrada no final de outubro do ano passado. Devido a cheia e como precisava vir ao médico, em Venâncio, saiu na sexta-feira e ficou o fim de semana na casa de seus filhos, que moram aqui.
Ao retornar, notou que sua casa tinha sido saqueada. Ela suspeitou do seu desafeto, um pescador de 57 anos e que tinha acesso à sua casa. Foi falar com ele e foi vítima de um disparo de arma de fogo, que não a atingiu. Isso motivou o primeiro registro policial, dia 1º de novembro.
Três meses depois, voltou à DPPA para denunciar que o mesmo indivíduo tentou atropelá-la. Lídia disse que estava na casa de uma amiga e que depois pegaria um ônibus, quando viu seu desafeto se aproximar. “Ele jogou o carro em cima de mim e me atirei em um barranco e depois me escondi no mato”, garantiu.
Segunda-feira, com hematomas pelo corpo, principalmente no rosto, voltou à DPPA para registrar que foi vítima de agressão. Lídia, que por conta destes fatos estava morando em Venâncio Aires – diz que a filha e a irmã estão assustadas e com medo -, contou que no fim de semana voltou ao balneário para ver a sua propriedade. No domingo, estava pescando, quando foi atacada pelo pescador e a companheira dele.
Ela conta que foi jogada no rio, mas conseguiu sair, mesmo não sabendo nadar. Depois, passou a ser agredida a socos e pauladas. No dia seguinte, fez exame de corpo delito no Departamento Médico Legal e ontem fez o registro. “E amanhã [hoje] foi procurar o Fórum de General Câmara. Só quero os meus direitos”, finaliza, garantindo que não vai desistir do que é seu de direito.