O número de casos de caxumba e surtos da doença tem aumentado no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, os surtos de caxumba dobraram no primeiro trimestre deste ano em comparação com todo o ano passado. Enquanto em 2015 houve três ocorrências de surto, somente no primeiro trimestre deste ano foram registrados seis. Em Venâncio Aires, o número de casos de caxumba também cresceu e já chega a sete no ano, o que supera o total de cinco diagnósticos da doença registrados em todo o ano passado.

De acordo com a enfermeira Carla Lili Müller, que atua na Vigilância Epidemiológica Municipal, cinco casos foram registrados em adultos entre fevereiro e março e os outros dois na última quinta e sexta-feira, em um pré-adolescente e uma criança. Além disso, há um outro caso suspeito relacionado a uma criança. Do total de registros, explica que três ocorreram dentro de uma mesma empresa, o que já pode ser considerado surto.

Segundo Carla, diante da situação, realizou-se vacinação de bloqueio à doença nos funcionários do local e demais contatos próximos. A estratégia é utilizada quando há casos relacionados. Destaca que a forma de prevenção existente contra a caxumba é a vacina tríplice viral, que também protege contra o sarampo e a rubéola e é disponibilizada nos postos de saúde por meio do Programa Nacional de Imunizações.

Conforme a enfermeira, os cinco primeiros pacientes a registrar a doença neste ano no município já foram tratados e não tiveram nenhuma complicação.

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Quais os sinais e sintomas?

A principal e mais comum manifestação desta doença é o aumento das glândulas salivares, principalmente a parótida, acometendo também as glândulas sublinguais e submaxilares, acompanhada de febre. Aproximadamente 30% das infecções podem não apresentar hipertrofia aparente dessas glândulas. Cerca de 20 a 30% dos casos homens adultos acometidos apresentam orquite, e mulheres acima de 15 anos, podem apresentar mastite (aproximadamente 15% dos casos).

Em menores de 5 anos de idade são comuns sintomas das vias respiratórias e perda neurosensorial da audição. Observa-se, também, com certa frequência meningite asséptica, de curso benigno que, na grande maioria das vezes, não deixa sequelas. Outras complicações são encefalite e pancreatite.

Não há relato de óbitos relacionados à parotidite. Sua ocorrência, durante o primeiro trimestre da gestação, pode ocasionar aborto espontâneo.

Como se transmite?

Via aérea, através disseminação de gotículas, ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas.

Como tratar?

Não existe tratamento específico, indicando-se apenas repouso, analgesia e observação cuidadosa, quanto à possibilidade de aparecimento de complicações. Nos casos que cursam com meningite asséptica, o tratamento também é sintomático. Nas encefalites, tratar o edema cerebral e manter as funções vitais.Tratamento de apoio para a Orquite:- Suspensão da bolsa escrotal, através de suspensório, aplicação de bolsas de gelo e analgesia, quando necessário;- Redução da resposta inflamatória: prednisona, 1mL/kg/dia, via oral, com redução gradual, semanal.

Como se prevenir?

A vacinação é a única maneira de prevenir a doença. O esquema vacinal vigente é:- Para indivíduos de 12 meses a 19 anos: administrar duas doses, conforme situação vacinal encontrada;- Administrar a 1ª dose aos 12 meses com a vacina tríplice viral e a 2ª dose, exclusivamente, aos 15 meses de idade com a vacina tetra viral, para as crianças que já tenham recebido a 1ª dose da vacina tríplice viral. – Para as crianças acima de 15 meses administrar a vacina tríplice viral observando o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. Considerar vacinada a pessoa que comprovar duas doses de vacina com componente sarampo, caxumba e rubéola;Para indivíduos de 20 a 49 anos: administrar uma dose, conforme situação vacinal encontrada. Considerar vacinada a pessoa que comprovar uma dose de vacina com componente sarampo, caxumba e rubéola ou sarampo e rubéola.

Fonte: Portal da Saúde – SUS