Lideranças municipais e membros do Conselho Municipal de Saúde dos municípios de Passo do Sobrado, Vale Verde e Mato Leitão, e a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) promoveram, na tarde de ontem, uma reunião para tratar sobre os serviços e atendimentos prestados pelo Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), de Venâncio Aires.
O encontro ocorreu na Câmara de Vereadores, e contou com a presença de representante da administração do HSSM, das secretarias municipais de Saúde que tem o hospital de Venâncio como referência na microrregião, vereadores e pessoas da comunidade.
O presidente do Conselho Municipal de Saúde de Passo do Sobrado, João Kroth, abriu os trabalhos, falando que entre os objetivos do encontro estava debater as demandas da comunidade em relação ao atendimento. Depois, abriu espaço para os representantes dos municípios apresentarem as suas demandas, reclamações e sugestões.
Durante o encontro, os participantes disseram que há uma certa demora e até má vontade por parte dos funcionários da casa de saúde na hora de atender os pacientes de seus municípios e que há um atendimento diferenciado aos usuários de Venâncio Aires. Foi salientado que é um direito de todos os cidadãos terem atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que é obrigação do hospital providenciar leitos para interná-los quando for necessário.
Além disso, os municípios cobraram que muitos serviços não estão sendo mais disponibilizados e que atendimentos de exames especializados que foram agendados, não estão sendo atendidos no horário marcado e, com isso, os pacientes entram na fila comum de espera. Como todos possuem unidades básicas de saúde, os pacientes passam por uma avaliação e são encaminhados para internação e não para uma nova avaliação. “Após a internação, o serviço é perfeito. O problema é chegar até a internação”, referiu a secretária municipal de Saúde de Vale Verde, Rosane Meurer. Ela acrescentou que os municípios repassam mensalmente valores ao hospital e por isso, querem e defendem um melhor atendimento para os seus pacientes.
HOSPITALO diretor financeiro da casa de saúde, Elói Kühleis, fez algumas ponderações sobre a instituição, lembrando que há alguns anos a unidade passou por um processo de intervenção e que há poucos anos, inaugurou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Salientou que o hospital hoje é referência para 80 mil pessoas, e que o índice de Passo do Sobrado soma 9%, Mato Leitão, 3,8% e, Vale Verde, 3,1%. Apresentou dados de que o custo operacional da casa de saúde soma mais de R$ 3 milhões por mês e que está buscando, diariamente, a excelência no atendimento. “Vamos levar todas as críticas e sugestões e avaliá-las para corrigir o que está em desacordo”, frisou.
“Buscamos diariamente a qualidade no atendimento. Temos muito ainda a fazer e as críticas de vocês são muito bem-vindas”, destacou a enfermeira Renata Gassen Bittencourt. Ela explicou os procedimentos do Pronto Atendimento (PA) e o processo de triagem e que o atendimento não é por ordem de chegada e, sim, de acordo com as cores das fichas que os pacientes recebem e que cada cor indica a necessidade do procedimento. As prioridades são as cores vermelha e amarela e que a verde a azul também são atendidas, o que porém, poderá levar mais tempo. Tanto Elói quanto Renata reforçaram que não há discriminação no atendimento aos pacientes oriundos dos demais municípios e solicitaram que as secretarias os encaminhem para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
A representante da Secretaria Municipal de Venâncio Aires, Marinete Bortoluzzi, salientou que não existe diferença entre municípios, pois todos são pacientes do SUS. Explicou o porquê de alguns serviços não serem mais prestados pelo hospital e destacou que as cirurgias eletivas não foram contratadas no último convênio assinado entre o hospital e município. Para poderem efetuar as eletivas, os municípios da microrregião precisam contratar este serviço. SUGESTÕESA coordenadora da 13ª CRS, Mariluci Reis, referiu que já viveu e enfrentou as mesmas reclamações de outros hospitais e que estes fizeram a capacitação dos funcionários e os resultados são excelentes. Por isso, ela sugeriu que o hospital também qualifique o seu quadro funcional e solicitou que os municípios encaminhem somente os pacientes das cores amarela e vermelha para a casa de saúde e que os demais sejam encaminhados para a UPA.
A vereadora de Venâncio Aires, Ana Cláudia do Amaral Teixeira (PDT), sugeriu que as Administrações Municipais desenvolvam campanhas de conscientização da população para que procure a UPA e as unidades básicas de saúde de seus municípios, o que desafoga o pronto atendimento do hospital.