Nenê já é quase patrimônio da Escola Estadual de Ensino Médio Wolfram Metzler, no bairro Bela Vista. De pelo branco com manchas marrom, o cachorro lebreiro chegou ao local ainda filhote, há 7 anos. “Um aluno achou ele na rua e chegou com ele na escola, querendo deixar até o fim da aula. Ele acabou ficando e crescendo por aqui. Quando chegou, era um filhotinho, cabia dentro de uma pantufa”, lembra o funcionário Arno Rodrigues Júnior, 39 anos.
Mais conhecido por Juninho, é ele quem cuida de Nenê e das filhas Brasa e Branca, com a ajuda de profissionais e alunos da escola – além de alimentação, eles recebem vacinas, acompanhamento veterinário e todos os cuidados necessários. As cadelas nasceram em agosto de 2013 e ficaram ‘morando’ com o pai na escola.

Acostumados ao corre-corre das crianças e à movimentação do local, os cães circulam tranquilamente pelo pátio e pela área técnica da Wolfram, onde são plantados alimentos e criados bois, porcos e galinhas, entre outros animais.
“Eles ficam praticamente sempre soltos, têm total liberdade, acompanham os alunos nas atividades na horta e todo mundo cuida deles”, afirma Juninho. Por um momento, ele até pensou em levar os animais para casa, mas preferiu mantê-los juntos e com a liberdade de circularem pelo pátio. “São os nossos cães de guarda e cuidam da escola. Só prendemos eles quando recebemos visitas”, explica.

Entre um passeio e outro, os cachorros são surpreendidos com ‘regalias’ das funcionárias da cozinha e o carinho dos alunos. Nenê, inclusive, ganhou o apelido de Sorriso. “Ele olha para a gente e dá um sorriso”, conta a estudante Naiara Rehbein do Prado, 17 anos.
Os alunos adoram os cachorros. Eles são nossos cães de guarda da escola. Tem ex-alunos que me encontram na rua e perguntam sobre eles.”ARNO RODRIGUES JÚNIORFuncionário da Escola Wolfram Metzler
Vez ou outra, os cães também aprontam travessuras, como voltar dos passeios cheios de espinhos de ouriço. “Aí precisamos ajudá-los”, diverte-se Juninho, que não passa um dia sem ver os amigos de quatro patas. “Venho todos os dias dar comida para eles, inclusive no sábado e no domingo. O tempo passa e a gente se apega aos animais.”
