O que você precisa saber para a instalação regular de um poço artesiano

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Embora mais comum no meio rural e para abastecimento de empresas, a instalação de poços artesianos é alternativa para quem quer ter captação de água diretamente na residência. Mesmo que pareça algo simples, para que a instalação seja possível é preciso seguir uma série de exigências regulamentadas por órgãos estaduais, que determinam normas que devem ser observadas.

Proprietário da RB Poços, Juarez Alberto de Oliveira, o Beto, explica que quando o cliente procura a empresa para a instalação, o primeiro passo é pedir a licença ambiental, que é cedida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), após cadastro realizado no Sistema de Outorga de Água do Rio Grande do Sul (SIOUT) pelo geólogo, com os dados do cliente e finalidade de uso da água. “Hoje, é tudo feito de forma on-line. Antigamente, tínhamos que ir a Porto Alegre e chegava demorar até seis meses para ter a liberação”, salienta.

Oliveira ressalta que a obtenção da licença pela internet foi uma das suas conquistas enquanto presidente da Associação dos Perfuradores de Poços Artesianos e Afins do Rio Grande do Sul. Ele presidiu a entidade por quatro anos e, hoje, é vice-presidente. “Nós questionamos o Governo do Estado sobre a demora. Muitas indústrias precisavam da água e não podiam esperar tanto tempo para conseguir solicitar a captação”, comenta.

ANÁLISE
Com a licença, a análise do solo é feita por um geólogo, que determina se o local indicado está apto para receber a estrutura para geração de água potável. A equipe também se baseia por dados que apontam os locais mais indicados para captação de água.

O Mapa Hidrogeológico do Rio Grande do Sul, que é entregue a todas as empresas habilitadas para perfuração de poços, também indica as especificidades do solo em cada região do território gaúcho. “No mapa, podemos visualizar as regiões para obter melhores resultados, vazões e, até mesmo, a qualidade de água. Uma série de coisas que temos como controlar antes mesmo da perfuração”, enfatiza.

O órgão disponibiliza uma licença prévia, para que seja possível fazer a instalação. Depois disso, é feita a análise de qualidade da água, que determina se ela é própria para consumo e, então, encaminhado o pedido de outorga, o que dá direito de utilização ao proprietário do poço.

As análises físico químicas e bacteriológicas testam a qualidade da água são realizadas por algumas universidades e laboratórios credenciados na Fepam. Na RB Poços, o serviço é desenvolvido pelo laboratório Quimioambiental, de Porto Alegre. “São levados em conta 31 parâmetros credenciados e exigidos pela Fepam”, afirma Oliveira, que trabalha há mais de 25 anos no ramo. O resultado da análise é entregue em cerca de 10 dias, o que também dá agilidade nos processos.

TIPOS
A construção do poço pode ser feita de três formas no Rio Grande do Sul. Em Venâncio Aires e região do Vale do Rio Pardo, a mais comum é a forma sedimentar, que capta a água em terrenos planos com utilização de revestimentos e filtros na estrutura.

Já o poço na rocha é feito com tubo de aço na maioria da estrutura, sem necessidade de revestimento e filtro. O método misto capta tanto a água de formação sedimentar quanto rochosa. O projeto, neste caso, conta com tubo de aço, revestimento e filtros.

Saiba mais
• A profundidade média de perfuração para obtenção de água no perímetro urbano de Venâncio Aires é de 70 a 90 metros. Conforme a região – na Serra, por exemplo -, é necessário perfurar mais fundo em virtude da altura.
• A RB Poços é uma das 40 empresas do Rio Grande do Sul regulamentadas para o serviço de perfuração de poços artesianos.
• O diâmetro de perfuração é de 15 centímetros e, por isso, são diferentes das cacimbas feitas mais usualmente anos atrás.
• A água coletada pelos poços não é do lençol freático. Para a obtenção da água limpa e de qualidade para ingestão, é necessário que se faça a perfuração com mais profundidade alcançando a água subterrânea.
• Para a realização do serviço de perfuração de poços é necessário seguir as normas 12244 e 12212 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
• A água obtida pertence à União, que repassa ao Estado para gerenciamento, acompanhamento e fiscalização após a obtenção da outorga. Ao Município, cabe a orientação e solicitação de apresentação dos documentos exigidos pelo Estado.

Após a obtenção da outorga, a empresa deve realizar diariamente um acompanhamento dos níveis do poço e trimestralmente as análises exigidas no documento de outorga. Esse acompanhamento pode variar de acordo com cada cliente, anualmente ou semestralmente deve ser feito o encaminhamento de toda documentação em um relatório técnico de monitoramento feito pelo responsável técnico, que no caso da nosso empresa é o geólogo”, ressalta Oliveira.

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Cassiane Rodrigues

Cassiane Rodrigues

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), atua com foco nas editorias de geral, conteúdos publicitários e cadernos especiais. Locutora da Rádio Terra FM, tem participação nos programas Terra Bom Dia, Folha 105 1° edição e Terra em Uma Hora.

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