

Rio Grande do Sul - Na véspera da 11ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP 11), que inicia nesta segunda-feira, 17, em Genebra, na Suíça, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, concedeu entrevista ao Grupo Folha do Mate. Pela segunda vez na história da Conferência das Partes, o Estado envia representantes oficiais ao evento promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A primeira foi na COP 10, realizada em fevereiro do ano passado, no Panamá.
Desta vez, dois secretários participam como representantes do Executivo gaúcho: Edivilson Brum, secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, e Vilson Covatti, secretário de Desenvolvimento Rural. Eles integram a comitiva de apoio à cadeia produtiva do tabaco e, mesmo sem garantia de acesso ao evento, acompanharão as tratativas e buscarão diálogo com a delegação brasileira.
O chefe do Executivo reforçou que a participação do Estado é importante, pois trata-se de uma cadeia produtiva estratégica para a economia, sobretudo, para milhares de famílias agricultoras. O Rio Grande do Sul é o maior produtor e exportador de tabaco do país, com cerca de 70 mil famílias envolvidas na atividade, distribuídas em mais de 200 municípios. “Entendemos que o Estado deve acompanhar de perto essas discussões e defender um processo transparente e equilibrado. Nosso objetivo é garantir que as decisões internacionais considerem também os impactos socioeconômicos e a realidade dos pequenos produtores rurais”, completou.
“Trata-se de uma cadeia estruturada, altamente integrada entre produtores e indústria, e que garante emprego, renda e desenvolvimento para regiões inteiras, como o Vale do Rio Pardo.”
EDUARDO LEITE – Governador do RS
O governador também destacou que políticas de saúde pública são fundamentais e precisam vir acompanhadas de alternativas econômicas viáveis, programas de diversificação e segurança jurídica para as regiões produtoras. “As lideranças do setor e os agricultores familiares pedem espaço, e nós estamos lá justamente para garantir que a voz do produtor gaúcho seja respeitada”, frisou.
Para Eduardo Leite, estar presente na conferência reafirma o compromisso com a sustentabilidade econômica e social da cadeia, ao mesmo tempo em que prepara o Rio Grande do Sul “para as transformações futuras do mercado global”, pontuou.
Relação com o Governo Federal
A Folha do Mate também perguntou de que forma o governo gaúcho tem se posicionado junto ao Governo Federal com relação ao setor. Leite destacou que o Rio Grande do Sul tem atuado “com firmeza e equilíbrio” para garantir que o setor seja ouvido e que as decisões da COP 11 não desconsiderem a importância econômica, social e cultural dessa cadeia produtiva. “O que defendemos é equilíbrio”, reiterou.
Segundo o governador, o Estado tem apresentado dados, dialogado tecnicamente com os ministérios e reforçado a necessidade de transparência e participação dos estados produtores nas discussões internacionais. “Nossa postura é de diálogo firme, defesa técnica do setor e construção de soluções responsáveis, que protejam os produtores e permitam que o Estado siga competitivo, preparado e socialmente equilibrado”, salientou. Por fim, ele acrescentou que o Governo do Estado seguirá atuando para proteger empregos, renda e arrecadação dos municípios, “ao mesmo tempo em que construímos, junto ao Governo Federal, caminhos que deem sustentabilidade a essa cadeia de relevância para o Estado”.
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