Se dependesse dele, seriam muitos outros. Mas, como tem só 9 anos, ainda são os pais quem ditam as regras dentro de casa. Portanto, determinam quem entra ou sai do pátio. Pátio esse que atualmente comporta 22 animais, em uma casa no bairro Bela Vista, em Venâncio Aires.
As mais de duas dezenas de bichinhos de estimação são de Felipe Gustavo Gomes, estudante da Escola Wolfram Metzler. O próprio menino também tem que memorizar e contar nos dedos nomes e números. Assim foi para explicar à reportagem todo o seu ‘time’, cada um com sua história: dois cachorros (Fred e Tóbi); cinco galinhas (Violeta, Maria, João, Popota e Pepa); três patos (Pedro, Julieta e Belinha); uma tartaruga (Veloz! – porque soltou, fugiu) e 11 peixes (esses não têm nomes porque não consegue diferenciar um do outro).

Segundo Rosane Mirandolli, mãe do Felipe, desde muito pequeno o filho mostra afeição pelos animais. “Desde que ele começou a brincar, sempre teve um bicho junto. Nas férias, na chácara do padrinho dele, sempre com os bichos. Se deixasse, ele teria bem mais”, conta.
Esse amor incondicional já refletiu no humor e até na saúde do menino. Em uma ocasião, Rosane lembra que o filho chegou a perder o apetite e ter febre quando um dos seus pintinhos morreu. Como em casa o espaço não permite um cavalo, a saída é manter outros animais na chácara do dindo Benildo. É nela que ele pretende cuidar de um petiço, já prometido de presente, e onde cuida da Belinha, uma bezerra.
A chácara do dindo, aliás, serve de modelo para Felipe realizar seu futuro projeto de vida. Ele só tem 9 anos, mas já sabe que para ter sua ‘fazendinha’, aos 18 anos vai começar a trabalhar como motorista de caminhão, guardar dinheiro e investir em um lugar para ter um monte de animais. “Vai ter galinha, boi, vaca, cavalo, ver os pintinhos nascendo e ter uma criação de cabritas, que é o sonho do pai. Vou cuidar de todos”, revela.
Em harmonia
Ter tantos animais de estimação em casa é como uma grande família e, por isso, também é preciso viver harmoniosamente. Para um bom convívio, um dos meios é propor concessões. Assim o Felipe entende e está ‘treinando’ um dos cachorros, o Tóbi. Através de um circuito nos fundos de casa, com direito a petiscos quando o cão vai bem, o menino quer que o filhote de Fox Paulistinha o obedeça. “Os pais do Tóbi eram caçadores e quero que ele me escute e não avance nos outros”, explica. O zelo maior é pela Popota, uma das galinhas mais queridas do Felipe. É assim, com um respeitando o espaço do outro, que o menino afirma que todos podem viver juntos. “A gente se entende e um cuida do outro.”
