Recentemente, a Organização Não Governamental (ONG) Amigo Bicho, de Venâncio Aires, usou as redes sociais para pedir apelo à comunidade. Em um vídeo, a entidade mostra a realidade de cães e gatos que chegam até as voluntárias, muitas vezes atropelados, abandonados, machucados, com bicheiras e doentes, tanto na cidade, quanto no interior do município. Atualmente, de acordo a presidente da ONG, Nais Elisete de Andrade, cerca de 65 animais, entre cachorros e gatos, estão divididos em 11 lares temporários, localizados em Venâncio Aires e um em Santo Amaro.
“Por conta desse alto número, não conseguimos mais resgatar animais da rua, pois não temos onde colocá-los. Os lares estão cheios. A preferência das pessoas é de adotar animais pequenos, e esses quase nunca temos, somente os maiores, que geram uma certa resistência para a comunidade adotar”, lamenta. Além disso, ela reforça que há muitas devoluções de cachorros que já foram adotados. “São devolvidos, muitas vezes, porque ficaram grandes. Não temos como saber exatamente o porte que o animal vai ficar, mas essa é a maior queixa de quem adota”, admite.
Além dos lares temporários da ONG, existem os protetores independentes, pessoas que pegam os animais para si e cuidam para que não fiquem na rua. “Eles não são de responsabilidade da Amigo Bicho, mas sempre que se pode e há condições, prestamos auxílio a eles”, comenta. Neste ano, a ONG receberá R$ 22 mil em emendas impositivas, sendo R$ 10 mil da bancada do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e R$ 12 mil da vereadora Claidir Kerkhoff (União Brasil), que serão revertidos para alimentação e cuidados de saúde dos cachorros e gatos.
Lar temporário
Para que a situação da ONG amenize e se torne menos problemática, uma das soluções seria ter mais lares temporários para abrigar os animais. Para isso, Nais explica que quem tiver interesse em fazer parte da iniciativa, pode entrar em contato pelas redes sociais da Amigo Bicho e falar das possibilidades de receber os peludos na residência. “Nossa equipe precisa saber das condições de vida que serão ofertadas ao cão, principalmente”, destaca.
Feirinhas
1 Uma das formas de fazer com que a comunidade veja os animais que estão para adoção, além das postagens nas redes sociais, é por meio da feirinha de adoção. No mês de fevereiro, não foi possível realizar por conta da chuva.
2 Mas a previsão, conforme Nais, é que uma nova ação ocorra no dia 11 deste mês. As pessoas que não podem adotar, mas tiverem interesse em contribuir, podem adquirir produtos da entidade, fazer doação de medicamentos, valores ou ração premium.
3 “Pedimos premium para que possamos garantir uma alimentação melhor ao animalzinho, visto que as condições que eles chegam, na maioria das vezes, são muito precárias”, considera.
Doações
• Os interessados em ajudar a ONG Amigo Bicho podem realizar doações de ração premium, medicamentos de uso animal e veterinário, curativos, guias, coleiras (usadas somente nos dias de feirinha para que se tenha maior segurança aos animais) e fraldas ou acompanhar o Facebook Amigo Bicho de Venâncio Aires ou o Instagram @amigobichovenancio e ver as necessidades.
• Além disso, produtos como calendários, camisetas, chaveiros podem ser adquiridos nas feirinhas ou nas agropecuárias Recanto Animal, Agropet e a Da’Lu. E, ainda, doações em valores podem ser feitas por meio do pix CNPJ 13627002/0001-57.
Atual diretoria da ONG Amigo Bicho
• Presidente: Nais Elisete de Andrade
• Vice-presidente: Rafaela de Sá
• Tesoureira: Loiva Becker
• Vice-tesoureira: Glória Artmann
• 1ª secretária: Lara Treib
• 2ª secretária: Angela Soares
• Conselho fiscal: Marcela Metzdorf e Marlene Lincke
Amor e voluntariado em benefício dos animais
Quem presta um serviço essencial à entidade é a voluntária, lar temporário e uma das fundadoras da ONG Amigo Bicho, Loiva Becker. Há mais de 10 anos, ela auxiliou na fundação da entidade e, atualmente, tem oito cães que foram adotados da ONG, três animais como lar temporário e mais 11 gatos. “Eu faço isso porque realmente gosto dos animais, eu ajudo sempre que possível. Tanto que, antes da fundação da ONG, eu já ia por conta própria ajudar aqueles que estavam em situações difíceis e deixava ração com potes de água em alguns lugares”, relata.
Segundo Loiva, a população de Venâncio Aires precisa ter mais conscientização. “Todos os dias temos chamados para buscar os animais. Mas, do jeito que está, não conseguimos mais resgatar nenhum. Entra mais do que sai. Então, precisamos de mais lares temporários para poder ajudar os bichinhos”, pondera. Para ela, fazer o trabalho em benefício dos cães e gatos é resumido em amor. “Eu faço porque eu gosto. Se os voluntários desistirem, o que será dos bichos? Eu gostaria de transformar minha vida apenas para me dedicar a esse trabalho”, conclui.