ONG Coat encerra projeto na Macedo

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A Organização Não Governamental (ONG) Consciência e Atitude (Coat) finalizou, na semana passada, o projeto ‘Território Cultural’, na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) José Duarte de Macedo, no bairro Macedo. Foram 13 encontros, com 12 artes trabalhadas: desenho, artesanato, dança (duas vezes), música, teatro (duas vezes), grafite, fotografia, tradicionalismo, arte circense e DJ, além de uma confraternização na última reunião.

O projeto contou com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (Lemic) e do Fundo Municipal da Cultura e teve a participação de, ao todo, 106 crianças (do 2º ao 8º anos), 10 oficineiros contratados, sete voluntários, o coordenador geral Djalma da Silva, assistentes sociais e educadores sociais, além de duas professoras e a direção da escola.

O coordenador geral da Coat, Djalma da Silva, explica que, normalmente, os grupos são separados por idade, porém foi decidido pela integração de todos, misturando as turmas. “Os maiores até passaram um trabalho para cuidar dos mais jovens, e essa união era uma das ideias do projeto”, explica.

A diretora da Emef José Duarte de Macedo, Erica Franck, relembra que a ideia das oficinas sempre foi comentada por Djalma e Rozeléia Silva, presidente da Coat, pois ambos estudaram na escola e apostam nesses alunos. “Sempre abrimos as portas para o novo, para o que poderá acrescentar para os alunos. Quando surgiu o convite, logo aceitamos, pois sabíamos que seria uma oportunidade incrível, para nós e os alunos”, pontua.

“Deu vida e movimento para a escola. Temos que agradecer a quem nos escolheu.”

ERICA FRANCK

Diretoria da Emef José Duarte de Macedo

Djalma relembra que descobriu a cultura do hip-hop na escola, vendo outros dançando. “Ensaiávamos nas ruas e sempre tinha alguém para dar um ‘corridão’ em nós. Aqui não, as professoras abriam para a gente entrar e se apresentar. Sempre tivemos o apoio, a escola tem uma visão bem aberta”, diz. Com isso, a Escola José Duarte de Macedo seria a escolha perfeita para o andamento da proposta.

Uma das artes produzidas na oficina de grafite foi um quadro com ‘Eu amo a escola José Duarte de Macedo’. (Foto: Leonardo Pereira)

Incentivo

A presidente da Coat, Rozeléia Silva, enfatiza que o trabalho com oficinas em escolas sempre foi um dos pilares da entidade. “Sempre buscamos trazer essa ampliação de olhar para a juventude e acabamos escolhendo as turmas pela faixa etária. Os ‘pequenos’ teriam dificuldades para assimilar, por isso começamos os trabalhos a partir dos 7 anos”, detalha.

Djalma frisa que a participação era livre, sem qualquer obrigatoriedade. “Abrimos a possibilidade, até para quem não quisesse participar, apenas acompanhar. Precisávamos dar essa oportunidade, para eles se integrarem com os colegas.”

Segundo o coordenador, este foi um projeto-piloto, oportunizando a todos conhecer e participar, para ver quem tem talento ou dedicação para qual área. “Em um segundo momento, podemos criar projetos específicos, com a proposta focada em cada área e, quem sabe, realmente criar um grupo teatral da escola, por exemplo”, cita.

“Percebo que estes pequenos atos quebram barreiras. No teatro, por exemplo, alguns não conseguiam se expressar com falas, mas com gestos sim. Acabamos descobrindo e incentivando estes talentos. Contudo, primeiro precisamos encontrá-los.”

DJALMA DA SILVA

Coordenador geral da Coat

A diretora Erica, a presidente da Coat, Rozeléia, e o coordenador geral, Djalma Da Silva, encabeçaram o projeto. (Foto: Leonardo Pereira)

Dessa forma, o principal objetivo do projeto é incentivar e ensinar sobre essas diversas artes, que, por vezes, acabam esquecidas no ensino tradicional. “Mesmo que tenhamos a disciplina de Artes, esta é pouco explorada. Música, teatro e dança ficam de lado. As oficinas foram uma grande oportunidade para os alunos”, explica a diretora Erica.

Aprovação dos estudantes

Entre os alunos do 8º ano do ensino fundamental, a recepção foi ótima. Ana Clara Hermes, de 14 anos, fala que houve algumas dificuldades, porém a diversão foi maior. “Adorei a oficina do grafite, aprendi bastante”, relata.

Já Gabriela Port Ternus, de 13 anos, preferiu a de fotografia. “Consegui encontrar um pato na esquina da escola e tirei foto dele”, conta. Outra que se ‘descobriu’ em alguma área foi Vitória Eduarda da Fonseca, de 15 anos, que, apesar de tímida, afirma ter amado o teatro. “O maior aprendizado foi o trabalho em equipe.”

Durante a oficina de tradicionalismo, foi a vez de Guilherme Rodrigues Paz,de 14 anos, se destacar ao vencer o rodeio. “Ganhei uma cuia”, diz ele. Uma vaca parada e um laço foram disponibilizados para a gurizada brincar. “Uns laçaram a si mesmo ou os colegas, e muitos descobriram ou já sabiam. O Gui acertou e ganhou uma cuia, também teve a vencedora menina, em outra turma. Teve até brinde extra para o menino que narrava o rodeio”, ressalta Djalma. Ao final, a decisão foi unânime e todos enfatizaram que gostariam que o projeto continuasse.

106

foi o número total de crianças participando do projeto.

O projeto ‘Território Cultural’:

1 O projeto contou com equipe técnica da Coat e da escola, além de oficineiros, e foi aprovado em edital da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (Lemic), com recursos do Fundo Municipal de Cultura. As oficinas também receberam a visita dos vereadores Clécio Espíndola, o Galo (PTB), e de Benildo Soares (Republicanos), além de integrantes das secretarias de Educação e de Cultura e Esporte.

2 Foram realizadas oficinas multiculturais, oferecidas para alunos do 2º ao 8º anos da Escola José Duarte de Macedo, nas terças e nas quartas-feiras, nos turnos da manhã e tarde, sempre no horário oposto das aulas.

3 A duração de cada oficina é de quatro horas, mesmo horário das aulas, com intervalo do recreio com merenda. O tempo de duração do projeto foi de três meses, com 12 oficinas no total. As oficinas ensinaram desenho, artesanato, dança, música, teatro, grafite, fotografia, tradicionalismo, arte circense e DJ.

Painéis de grafite

• A Organização Não Governamental (ONG) Consciência e Atitude (Coat) recebeu, através de uma emenda impositiva do vereador Benildo Soares (Republicanos), o valor de R$ 16 mil do Programa ‘Venâncio Multicultural’, para realizar o projeto ‘Grafite Colorindo a City: Venâncio Aires, 130 anos de história’, visando confeccionar diversos painéis de grafite, em pontos variados do município.

• O recurso será aplicado na compra de materiais de pintura e expediente, bem como, em ações de marketing, alimentação, transporte, remuneração dos artistas, e equipe técnica. Neste sábado, 9, ocorre uma reunião de equipe, onde devem ser definidos os primeiros locais a serem utilizados e os temas que serão abordados nas artes. A previsão é que os trabalhos iniciem na última semana de julho.

Benildo Soares (Republicanos), ao lado de Rozeléia Silva e Djalma Da Silva, da Coat. (Foto: Leonardo Pereira)


Leonardo Pereira

Leonardo Pereira

Natural de Vila Mariante, no interior de Venâncio Aires, jornalista formado na Universidade de Santa Cruz do Sul e repórter do jornal Folha do Mate desde 2022.

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