Nas últimas semanas, voluntários da Organização Não Governamental (ONG) Amigo Bicho mostraram descontentamento em função do Município não ter repassado nenhum recurso este ano à entidade. Como nos anos anteriores, a ONG esperava R$ 4 mil mensais do Executivo.
Com o intuito de buscar maiores esclarecimentos sobre a falta de repasses financeiros, na tarde de segunda-feira voluntários e autoridades de Venâncio Aires se reuniram na Prefeitura. Na oportunidade, o prefeito Giovane Wickert anunciou que o primeiro edital de Chamamento Público do município foi lançado para que entidades, como a Amigo Bicho, se inscrevam e participem da seleção pública para receber recursos da Prefeitura.
Segundo ele, devido às mudanças na lei que ocorreram neste ano, a Prefeitura não pode repassar recursos sem este trâmite.
Agora, é necessário realizar o Chamamento onde as ONGs interessadas devem se cadastrar e a mais organizada e com melhor proposta receberá R$ 4 mil por mês durante um ano. Após esse período, um novo processo será realizado.
O prefeito justifica que este é o primeiro Chamamento Público feito pela Prefeitura de Venâncio e, por este motivo, surgiram algumas dificuldades quanto à implementação, o que prolongou o processo. “Estamos desde o início do ano correndo atrás disso e tivemos uma deficiência financeira também, então além disso, tem a adaptação à nova lei”, justifica.
O Chamamento já está sendo publicado na edição de hoje – página 13 – e prevê que as propostas serão abertas em sessão pública, no dia 17 de outubro, às 9h. Podem participar da seleção, as organizações que apresentem projeto para operacionalizar o controle populacional e reduzir o risco de zoonoses, através do resgate, abrigo transitório e encaminhamento à adoção, de animais domésticos (cães e gatos) e animais de grande porte (equinos) em situação de risco. “Vamos avaliar com a maior formalidade possível para que em setembro ou outubro a gente possa repassar o dinheiro”, complementa.
Wickert ressalta que, em breve, a intenção
é discutir com a ONG e com apoiadores da causa, a criação de um centro de bem-estar animal para acolher os animais de rua: “Isso é uma promessa de muitos anos e eu assumi o compromisso de tirar do papel. Não temos ainda muita clareza, até porque não temos um orçamento”.
INVESTIMENTO

De acordo com a presidente da entidade, Naís de Andrade, caso a ONG receba os recursos, o valor será destinado às castrações e investimento em fôlderes educativos e de conscientização.
A ONG conta atualmente com oito voluntários e trabalha com o cuidado de cães e gatos em situação de vulnerabilidade. Segundo Naís, um dos maiores desafios – além da falta de dinheiro – é a carência de espaço para acolher todos os cachorros e gatos retirados das ruas. Contudo, a presidente ressalta que o importante é que existem sócios contribuintes, pessoas que se disponibilizam em oferecer um lar temporário aos animais e, ainda, quem faça doações, o que mantém em pé o trabalho da ONG.
Naís reforça que a Amigo Bicho tem o papel de resgatar animais de rua e atuar junto ao Poder Público com o intuito de protegê-los, mas, para isso ser possível, recursos e dinheiro tornam-se importantes.