
Disciplina, cumprimento de horários e educação cívica. Essas são algumas tônicas que norteiam o modelo educacional proposto pelo Governo Federal, a partir de projeto piloto, para disseminar as chamadas escolas cívico-militares pelo país. O modelo de ensino foi apresentado aos pais da Escola Municipal Cidade Nova, pelo deputado estadual tenente-coronel Luciano Zucco (PSL), na noite de quinta-feira, 24.
Zucco é o autor do projeto de lei que prevê a instalação dessas escolas no Rio Grande do Sul. Pela proposta, militares da reserva da Brigada Militar e Forças Armadas terão funções de monitoria em escolas públicas, a partir de convênios com os municípios. O conteúdo pedagógico segue o mesmo, caso o modelo seja adotado na escola. O conteúdo seguirá as diretrizes da Secretaria de Educação. Algumas regras, contudo, mudarão, como a questão do uso de um novo uniforme, a ser distribuído gratuitamente aos alunos.
Foi salientado na palestra que a experiência indica que as escolas que adotam esse tipo de programa acabam sendo mais procuradas por pais e alunos. Além de contribuir para uma melhor conduta, disciplina e dedicação dos alunos, o objetivo, com a implementação da gestão compartilhada, é “tirar um fardo das costas do diretor e dos professores”, salientou o deputado.
CIDADE NOVA
Um abaixo-assinado com mais de 200 assinaturas foi apresentado pela comunidade escolar local. É reforçado o interesse no modelo educacional. O prefeito Giovane Wickert elogiou o protagonismo da escola em querer atrair esse sistema educacional. Ele afirmou que existe total interesse da Administração Municipal em apoiar a iniciativa, mas que agora é preciso avançar nos processos internos. “É necessário alinhar o tema com Estado e União e verificar se a implantação é gradual. É preciso levantar também os custos e ver se é possível avançar já a partir do próximo ano nessa implantação”, disse.
OPINIÕES DIVIDIDAS
Apesar do modelo educacional ser bastante elogiado pelos pais, os alunos no entanto estão divididos quanto ao apoio à iniciativa. O pai de Vitor, de 10 anos, Gilmar da Rosa, de 38, disse que o sonho dos pais sempre é que os filhos tenham acesso a uma educação de qualidade e que esteja em segurança na escola.
Para Cacia Tiedrich, 34 anos, que é mãe de Mateus, de 9, apoiar a iniciativa é uma situação em que todos ganham: pais, alunos, professores e comunidade. Já os alunos demostraram incerteza ao falarem do modelo. Murilo Henrique Franz, 10 anos, disse que é contra, já Stefany Luíza da Silva, de 11 anos, é a favor, mas Gabriela Eduarda Cardoso, 10 anos, não soube se posicionar.
NO ESTADO
O que já está definido é que Caxias do Sul e Alvorada receberão unidades de escolas cívico-militares dentro dos moldes propostos pela União. Nessas duas cidades o modelo proposto será implementado em instituições da rede estadual de educação.
Além disso, a cidade de Bagé, na Região da Campanha, também aderiu ao modelo federal e já possui duas instituições municipais funcionando desde o início do mês.
ESCOLAS CÍVICO-MILITARES
O objetivo é democratizar o ensino de qualidade oferecido pelas escolas militares do Brasil. Com o novo modelo, a escola muda o uniforme e sua infraestrutura e também a gestão administrativa, que passa a ser feita pelos militares.
Contudo, a gestão da organização didático-pedagógica continua sendo desempenhada pelos professores civis. Os militares, que serão destacados para atender à demanda da escola que entrou para o programa, precisam se ambientar, assim como os docentes e diretores.
O conteúdo que é aplicado a essas escolas cívico-militares, segundo Zucco, é voltados ao civismo, ao patriotismo, à hierarquia, à disciplina, à ordem unida, ou seja, mostram como pensar no coletivo. “Acreditamos que esse modelo, o de educar com esses valores do civismo e patriotismo, faz com que o cidadão passe a ter consciência do seu papel dentro da sociedade”, destacou o parlamentar.
4 A função de monitoria compreende as atividades externas à sala de aula, atuando preventivamente na identificação de problemas que possam influenciar no aprendizado e convivência social do cidadão em desenvolvimento, promovendo condições que permitam um ambiente adequado e facilitador para a aquisição de conhecimentos e o seu desenvolvimento com base nos valores permanentes da identidade nacional e das virtudes da vida em sociedade.