Na quarta-feira, 10, Passo do Sobrado emitiu o Decreto Municipal nº 25, de Situação de Emergência devido à estiagem registrada entre novembro de 2020 e janeiro 2021. Essa falta de chuva gerou perdas estimadas em R$ 25 milhões na produção agrícola de Passo do Sobrado.
Os prejuízos na produção, em razão da seca, foram percebidos em todo o território do município. As culturas mais atingidas foram hortaliças (50%), milho silagem (50%), milho em grão (35%), bovinos de leite (30%), bovinos de corte (30%), soja (20%) e arroz (10%).
De acordo com o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Maicol Queiroz, já era esperada a estiagem, pois em 2019 e 2020 o município teve o mesmo cenário. “Ninguém quer passar por isso, mas tínhamos conhecimento da possibilidade.”
Os piores momentos desta vez foram em janeiro, quando, segundo ele, faltou água para os animais e afetou o plantio e desenvolvimento das plantas. “Tivemos que levar água até o interior, pois os agricultores tinham pouca e precisavam se alimentar, então os bichos ficavam sem. Isso afetou muito o ramo”, recorda Maicol.
O processo de homologação do decreto junto ao Governo Estadual e Federal encontra-se em análise e vem sendo acompanhado pela Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec).
REFLEXOS
Entre os agricultores atingidos pela escassez de chuva está Flávio Cleomar Gelsdorf, 45 anos. “Ano passado foi ainda pior, pois desta vez na metade de janeiro choveu um pouco. Mas mesmo assim afetou”, analisa o produtor de soja e milho.
Na residência de Gelsdorf, a lavoura da milho que deveria render 190 sacos chegou apenas a 130, por conta da escassez de água. Além disso, dos 40 hectares de soja, ele estima ter tido 40% de quebra. “Não temos irrigação, então dependemos totalmente da chuva.”
Conforme o produtor, ele se informa sobre a previsão do tempo, assim como outros agricultores, mas nunca espera sofrer com a seca. “Já tivemos nos últimos anos, então pensei que neste seria diferente. É complicado dependermos sempre do tempo, mas levantamos a cabeça e vamos de novo”, complementa.
Para os próximos dias, ele precisa que o tempo continue seco, pois agora a chuva pode atrapalhar o início da colheita. Em cerca de 20 dias, planeja começar a colheita e ter a dimensão total da quebra da safra. “É importante o governo municipal decretar a emergência, pois tem agricultores que perderam demais e não têm outra renda”, conclui Gelsdorf.
*Com informações da Assessoria de Imprensa de Passo do Sobrado