
Diariamente, um contingente de medidas protetivas chegam à sede da 3ª Companhia da Brigada Militar de Venâncio Aires. Enviadas via e-mail pelo Poder Judiciário, são analisadas, cadastradas e as vítimas, visitadas pelos integrantes da Patrulha Maria da Penha (PMP). Desde janeiro até ontem à tarde, 127 visitas foram realizadas. Os principais problema enfrentados, explica a soldado Faller, são as vítimas que não aceitam o acompanhamento e a negativa de endereço.

Esta situação, menciona a integrante da PMP, acontece com frequência. “As vítimas, quando vão registrar os casos de violência doméstica na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento, não observam o endereço que foi colocado na ocorrência e, muitas vezes, elas não moram mais lá”. Segundo a soldado Faller, 12 visitas deixaram de ser feitas, pois as vítimas não foram encontradas.
Por isso, o comando da 3ª Cia criou um ‘Disque Patrulha Maria da Penha’. Através do número 98413-6013, as vítimas cadastradas – que têm o acompanhamento periódico – podem entrar em contato para repassar informações, falar sobre as visitas e, por ventura, eventuais mudanças de endereço. “É um canal direto entre as vítimas e os integrantes da Patrulha”, mencionou a capitão Michele da Silva Vargas.
Outra situação observada pela comandante da 3ª Cia é que em algumas visitas, os membros da PMP se deparam com o casal já reconciliado. “Nestes casos, fizemos uma certidão de retorno ao lado, onde os dois – homem e mulher – assinam o documento”, salienta a soldado Faller.
Atualmente, 19 vítimas recebem acompanhamento da PMP. Além da soldado Faller, que pelo menos uma vez por semana faz as visitas, outro brigadiano a acompanha. “Mas, em breve será efetivado mais um nome, para que as vítimas se dirijam sempre às mesmas pessoas”, explica a capitão Michele.
PROFISSIONALIZANTEUma das situações que leva as vítimas a suportarem os maus-tratos e agressões dos companheiros, é o fato de não terem profissão e, consequentemente, uma renda. Por isso, uma parceria entre o IFSul e a Prefeitura, por meio do programa Mulheres Mil, ofertará 23 vagas em um curso de capacitação para mulheres em situação de vulnerabilidade social. “Inclusive, receberão bolsa para transporte”, explica a capitão Michele.
As interessadas devem procurar a Secretaria de Assistência Social para se inscreverem. Conforme a oficial, o curso tem 160 horas com disciplinas que tratam da autoestima da mulher e a capacitação para o trabalho no comércio local.