Dados da Patrulha Maria da Penha (PMP) de Venâncio Aires traçam um breve perfil das mulheres vítimas de violência doméstica no município. Chama atenção que 55% delas que têm entre 45 e 60 anos, não possuem renda. As informações também mostram que nos cinco primeiros meses deste ano, 175 medidas judiciais foram ajuizadas. Mais grave ainda é que uma mulher foi vítima de feminicídio neste período. Desde 2014, cinco mulheres foram mortas por maridos, companheiros ou namorados na Capital do Chimarrão.
Estes dados mostram que atualmente há 62 mulheres cadastradas e sendo acompanhadas pelos integrantes da PMP. Durante as visitas, 23 vítimas não foram encontradas no endereço e há 31 medidas aguardando para serem cumpridas, no interior do município. “Também houve cinco reconciliações no período”, revela a capitão Michele da Silva Vargas. Ela também cita que 70% das participantes do projeto ‘Mulheres Mil’, desenvolvido no ano passado junto ao IFSul, voltaram a estudar. “Mostra que querem uma nova vida e estão lutando por isso”.
PERFIL
Das vítimas atendidas pela Patrulha, 30% delas, que têm entre 19 e 30 anos, não trabalham fora de casa e 15% que têm entre 30 e 45 anos também não e, consequentemente, não possuem renda. “Isto faz com que muitas vítimas se sujeitem aos agressores e sofram caladas, por não ter dinheiro para se sustentar e nem para onde ir”, explica a capitão Michele.
A comandante da 3ª Companhia ressalta que os três integrantes da Patrulha (são duas mulheres e um homem) realizam visitas rotineiras, sempre agendadas antecipadamente. “São visitas para saber se os acusados estão respeitando a determinação judicial e se as vítimas estão seguras”, destaca a oficial.