Desde 1º de agosto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) coloca em prática a edição 2022 do Censo Demográfico. A pesquisa tem como objetivo determinar as características da população brasileira, por meio de entrevistas e coleta de informações. Em Mato Leitão, neste momento, são dois recenseadores – o profissional que realiza a pesquisa -, que vão de ‘porta em porta’ para obter os dados.
Entre estes está Marcelo Alves, 39 anos, responsável, atualmente, pelo setor que engloba a região de Palanque Pequeno, bairro Industrial e Santo Antônio, e posteriormente, deve dar sequência em outros setores. A reportagem da Folha do Mate acompanhou a rotina de Alves na tarde de terça-feira, 16, e pôde perceber os detalhes do trabalho. Vestido com o colete do IBGE e com crachá onde constam o nome, a matrícula e a foto; com a bolsa do instituto; mapa para orientação e o Dispositivo Móvel de Coleta (DMC); o profissional percorre as ruas do município, a princípio, de carro.
Morador do Canto dos Dresch, localidade de Mato Leitão, ele observa que, no interior, a população tem mais receio em atender os recenseadores, contudo, o fato de ser residente do município auxilia nesse processo. “O pessoal recebe bem por que sou morador da localidade. A maioria já me conhece”, frisa.
Primeiras semanas
O recenseador detalha que a adaptação inicial com o aparelho celular foi tranquila, e que, nessas primeiras semanas, o mais complicado é chegar em uma residência em que não tem ninguém em casa, tendo que voltar em outro momento. “Para concluir o setor, precisamos voltar nos locais até ser atendido por alguém. Chegar no fim da tarde é uma possibilidade, porém, o tempo fica reduzido”, pontua.
De acordo com Alves, o primeiro passo para realizar as entrevistas é se identificar e informar que esta é uma etapa do Censo, promovido pelo IBGE. “Depois, é necessário toda a cordialidade e respeito, principalmente no interior. Aproveito o fato de ser daqui, pois alguns têm mais receio de atender alguém desconhecido em sua residência”, enfatiza.
O Censo até agora
Em Mato Leitão, a localidade de Santo Antônio já foi visitada e outras estão sendo diariamente. É necessário enfatizar que não há a necessidade de o recenseador entrar na casa, desde que consiga conversar com o morador.
Ao ser atendido, a primeira questão levantada será sobre a quantidade de moradores na residência – seja apartamento ou casa. Posteriormente, as perguntas são individuais. O recenseador questionará sobre nome, sexo, data de nascimento, cor da pele, alfabetismo e salário – incluindo todas as formas de recebimento. “O maior cuidado é em relação à renda, os moradores do interior, geralmente, não gostam desses questionamento, para isso, precisamos explicar detalhadamente como será usado”, relata Marcelo Alves. Em caso de a pessoa não querer falar o valor salarial, ela mesma pode digitar o rendimento no Dispositivo Móvel de Coleta do recenseador. O dado será mantido em sigilo, assim como todos os demais.
Para além disso, será perguntado sobre o abastecimento de água do local, esgoto e recolhimento do lixo. Estes dados são exclusivos para a pesquisa do IBGE, não sendo disponibilizados em nenhum outro local de forma particular, apenas as informações gerais da população, por meio de estatísticas.
Em caso de dúvida, o cidadão pode conferir a identidade do profissional por meio do site respondendo.ibge.gov.br ou pelo telefone 0800-721-8181, informando o Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou a matrícula do agente.
Saiba mais
O Censo Demográfico é realizado de dez em dez anos, em todo o Brasil, para avaliar as mudanças ocorridas no período e comparar dados, a fim de entender a evolução de indicadores sociais. A última pesquisa foi realizada em 2010. A previsão inicial era de que o estudo ocorresse em 2020, o que não foi possível por conta da pandemia.