Hoje em dia, as pessoas não abrem mão de fazerem os registros de muitos momentos através de fotografias. Diferente do que ocorria anos atrás, em que os filmes das máquinas fotográficas permitiam tirar poucas fotos, agora, devido aos avanços tecnológicos, as pessoas fazem centenas de registros. Tudo ficou mais fácil e, com todas as facilidades da ‘vida moderna’, também se perdeu o hábito de imprimir as fotografias, o que é percebido nas empresas do ramo.
Conforme Milton Klafke, fotógrafo e autônomo na área desde 1989, no fim da década de 1990 já foi possível perceber uma redução no número de impressões de fotos amadoras. De lá até o momento, a procura pelo serviço caiu em torno de 50%.Segundo ele, a vantagem é que as pessoas ainda têm o hábito de imprimir fotografias profissionais, como as de casamentos, formaturas e comunhões.
Embora tenha reduzido as impressões de fotos amadoras, a empresa não tem perda total com os avanços tecnológicos. Anos atrás, por exemplo, quando eram feitas fotografias de um evento, todas eram compradas em papel. O cliente as escolhia e pagava apenas pelas fotos escolhidas, o que fazia, de certa forma, a empresa perder com isso. Hoje em dia, todas as fotografias são armazenadas em computador ou HD e apenas impressas aquelas que, de fato, os clientes desejam. “Anos atrás, a grande curiosidade das pessoas era saber como as fotos ficaram, porque elas não tinham como ver através da tela como agora”, ressalta Klafke.
Nos últimos seis anos, com os avanços dos celulares, o proprietário conta que é possível notar um número ainda menor de impressões fotográficas amadoras. “Agora é mais fácil tirar as fotos, mas o risco de perder elas também é muito grande”, comenta. Fotos amadores que envolvem namorados, crianças e animais são as que mais costumam ser impressas, principalmente no tamanho 10cmx15cm, segundo ele.
Câmeras digitais no contextoDe acordo com Rafael Costa, fotógrafo e também proprietário de uma empresa de fotografia de Venâncio, desde que as câmeras digitais entraram no mercado, foi possível notar uma grande redução no número de impressões. Estas costumam ser feitas em casos de viagens e passeios.
Para ele, essa diminuição está relacionada à comodidade que as pessoas têm hoje em dia, pois fica muito mais fácil deixar as fotos nos computadores do que mandar imprimir. Em segundo lugar, Costa acredita que se tem o costume de tirar muitas fotos e não organizar as que de fato são necessárias.
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Abolição das fotos em papel
Assim como Klafke, Costa também ressalta que as pessoas não deixam de contratar profissionais para fazerem as fotografias de grandes eventos. O fotógrafo conta que a empresa não perde com a redução de impressões de fotos amadoras, porque ganha com as profissionais. A maioria do público que costuma imprimir fotografias próprias são pessoas acima de 35 anos. Além disso, ele estima que apenas 30% da população tenha o hábito de imprimir fotos.
Para Costa, as novas gerações vão abolir as impressões em papéis. Para se ter uma ideia, no fim do ano anterior, em nenhuma formatura os formandos tiveram o interesse de imprimir, pois apenas queriam as fotos em CDs. Segundo ele, sai mais barato ter as fotografias apenas em CD, mas o valor simbólico destas não é o mesmo que de fotografias impressas.
Caso as pessoas optem por apenas adquirir as fotos em CDs, ele conta que a tendência é de que o preço da mão de obra aumente para que as empresas garantam seus lucros. “Há dez anos, ninguém queria CD. Hoje em dia, muitas pessoas não querem mais imprimir as fotos”, conta.
A fim de chamar os clientes para realizarem as impressões, ele ressalta que as promoções tendem a ser chamariscos para isso.
