‘Picaretas’ podem estar envolvidos nos furtos
A cada safra de tabaco, produtores do interior de Venâncio Aires são vítimas de furtos. Este ano, sete casos chegaram ao conhecimento da Polícia Civil. Seis deles foram praticados na região no 9º Distrito. Pessoas estão sendo investigadas e há suspeitas de que há atravessadores de tabaco diretamente envolvidos nos crimes.
Todos os furtos são praticados de forma semelhante. Isto faz os agentes do Setor de Investigações (SI) acreditarem que uma mesma quadrilha é a responsável pelos sete casos e outros não registrados. Há situações onde os ladrões envenenam animais domésticos, como cães e gatos, para evitar que façam barulho e chamem a atenção das vítimas.Na semana passada, ladrões levaram mais de uma tonelada de tabaco de uma propriedade, em Linha São João, na região de Vila Estância Nova. Três cães, dois gatos e alguns pintos morreram depois de comer pedaços de gomos de linguiça.
Para a polícia, pessoas que compram fumo de produtores para depois revender às fumageiras, podem estar envolvidos nos furtos. Os chamados picaretas ou atravessadores têm bloco de produtor e esquentam o tabaco. Como não vendem em grande quantidade, conseguem facilmente entregar o produto e lucrar boas cifras, pagando preços bem abaixo do valor de mercado. “E como o tabaco não tem marca, fica difícil de saber a sua procedência”, explica o investigador Paulo Roberto Ullmann.
INVESTIGAçõES
Conforme o policial, há uma linha de investigações que pode levar à identificação da quadrilha. Ele tem convicção de que os ladrões – ou no mínimo os informantes -, estiveram nas propriedades antes dos crimes. “Como é que eles sabiam que naquele determinado endereço tinha o produto enfardado ou manocado”, observa o policial.
Ullmann ressalta que nos sete casos registrados este ano, as vítimas tinham o tabaco praticamente pronto para a venda. Ele também cita o fato dos ladrões saberem exatamente aonde o fumo estava estocado e detalhes de como chegar e sair da propriedade.
Para confirmar a sua tese, o investigador vai ouvir novamente as sete vítimas. Ele quer buscar informações individuais, detalhes que possam evidenciar a participação da mesma quadrilha nos furtos.
Os agentes dos SI sabem que um veículo grande está sendo usado para transportar o tabaco da propriedade das vítimas até o seu destino. Ullmann pede mais atenção neste sentido, pois a descrição do veículo pode ser a solução do caso. “Se descobrirmos qual o veículo que está sendo usado, chegaremos ao seu proprietário”, salienta.
ROUBADO
Paralelo a estas investigações, a polícia finaliza o inquérito que apura o roubo de uma carga de tabaco, praticado no mês de fevereiro, no Município. A vítima seguia de caminhão pela RSC-453, quando foi abordada. Toda a carga foi roubada e localizada no mesmo dia, dentro do pavilhão de uma empresa, distante cerca de 15 quilômetros de onde ocorreu o assalto.
O delegado Paulo César Schirrmann aguarda o inquérito para indiciar os envolvidos e encaminhar o caso à Justiça.