
Adeptos de caminhadas, corridas e fãs do atletismo podem ficar empolgados. Depois de três anos de espera, finalmente Venâncio Aires conta com uma pista de atletismo com dimensões oficiais. Executada com recursos parlamentares de R$ 300 mil, através de emenda do deputado federal Sérgio Moraes (PTB), ela está situada entre os bairros Aviação e Bela Vista, no ponto que ficou conhecido como Parcão.
Para que a inauguração valesse na prática, alunos da escola Wolfram Metzler participaram do 1º Meeting de Velocidade, com corridas de 50 e 75 metros. E é justamente uma corrida atrás de recursos e parcerias que será o desafio da Administração Municipal para garantir toda a infraestrutura no entorno da pista.
Nas próprias palavras do prefeito Giovane Wickert, o local ainda é o grande ‘descampado’ e ressaltou que talvez não seja a obra perfeita, mas é um começo. “Ainda há muito por fazer, claro. Precisamos de banheiro, bebedouros, bancos e iluminação. Mas se toda comunidade ajudar, empresas e voluntários continuarem abraçando os espaço públicos, tudo é possível.”
O prefeito também comentou as cobranças que recebe para investir mais em educação e saúde. “O dinheiro da emenda foi especificamente para essa obra da pista, para o esporte. Não poderia investir em outra coisa. Somos criticados por investir em esporte e cultura, mas isso também é saúde e educação”, afirmou.
TEM ÁGUA, MAS FALTA LUZA pista de atletismo foi construída em uma grande área verde, batizada pela Administração anterior de Parcão. Para chegar ao local, recentemente foi aberta uma rua entre a rua Armando Ruschel e que deve chegar aos fundos da Emei Infância Feliz. No entanto, essa avenida projetada ainda depende de melhorias na estrada e iluminação pública.
Mas antes da iluminação da própria rua, a Prefeitura buscará iluminar, pelo menos, a pista de atletismo. Segundo o Chefe de Gabinete, Marcelo Haas, o material está comprado, mas é preciso instalar uma entrada de luz. “É preciso que a RGE faça uma nova extensão, porque aí podemos instalar postes de energia elétrica na pista. Quanto à água, ela está ligada. Só não deixamos a torneira ou outra estrutura para evitar vandalismos.”
Como ainda é preciso melhorar a avenida que será o acesso principal, para chegar à pista é possível utilizar as ruas Senador Pinheiro Machado (subindo), Francisco da Costa Guterres (vindo da Bela Vista) ou pela Guido Paulo Schmidt (vindo da Santa Tecla).
ESTRUTURA DA PISTA
Com base de pó de brita, ela tem uma extensão de 400 metros e oito raias – medidas oficiais da Confederação Brasileira de Atletismo. A obra ainda prevê canchas para salto em distância e arremesso de peso. Isso não foi executado de imediato porque parte dos recursos tiveram que ser aplicados em mais terraplenagem e drenagem pluvial, o que não estava previsto no projeto original. Em breve, próximo à pista, será construída uma quadra de tênis. Segundo o secretário de Cultura e Esportes, Henrique Silva, é exigência do Ministério dos Esportes que ela seja executada, já que também vieram recursos de emenda parlamentar. Nesse caso, do deputado federal João Derly (REDE).

“Precisam olhar para o outro lado”
Paralelo à pista de atletismo do Parcão, há uma grande faixa de áreas verdes que pertencem ao município. Esses locais tem sido alvo críticas de moradores, queixosos com a falta de manutenção. Por isso, a inauguração da pista é vista por alguns como uma contradição.
Entre esses moradores, a aposentada Eva Ferreira, 61 anos. Ela disse que não é contra as obras do Parcão, mas entende que têm coisas mais ‘urgentes’. Segundo Eva, parte da terra retirada para a pista foi depositada na área verde e, em dias de chuva, água e barro se acumulam contra os fundos das casas da rua Francisco da Costa Guterres, onde Eva também reside. “Já cuidamos do nosso pátio e pagamos imposto para a Prefeitura cuidar das áreas verdes. Mas em 18 anos que moro aqui, uma vez uma máquina entrou para fazer uma roçada. Tem que olhar os dois lados”, afirma.
O secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp), Renato Gollmann, foi até o local. Sem promessas, ele não garantiu a limpeza imediata. “São só três pessoas para fazer as roçadas. E eles têm que dar conta de todas as áreas verdes, dos acessos e das avenidas. Falta mão de obra.”
