Na época do verão, nada melhor do que comer uma fruta fresquinha e gelada. A pitaya, embora ainda desconhecida por muitos, vem ganhando espaço de cultivo em diversas propriedades rurais.
É o caso de Guilherme Wagner, 26 anos, morador de Vila Santa Emília, interior de Venâncio Aires. Ao lado da mãe, Sônia Wagner, que é aposentada, o jovem cultiva a fruta em dois mil metros quadrados de um hectare. “Comecei em setembro de 2016, mas a geada de 2017 matou. Insisti no plantio e, neste ano, até agora, já colhi cerca de 50 quilos”, conta. Segundo Wagner, a colheita segue até maio. “Ela precisa de horas de luz por dia para dar flor. Então depois de maio, a luz solar diminui”, explica.
O agricultor explica que demora cerca de um mês e meio para colher – do botão à colheita da fruta. Sobre a polinização, ele comenta que precisa ser durante a noite. “A flor da pitaya abre à noite. Então a polinização deve ser feita neste período. Já existem tipos de pitaya que se autopolinizam, mas as nossas precisam do trabalho manual”, observa. Também, o produtor enfatiza que a pitaya é sensível à variação brusca da temperatura, por isso, no inverno é colocada uma cobertura plástica para proteger do frio. “E no restante do ano uso adubo orgânico para fortalecer e cuido com as formigas. Ela precisa de água para se desenvolver, mas aguenta a seca”, acrescenta.
Além da pitaya, o agricultor planta tabaco, milho, erva-mate e demais alimentos para consumo, com o auxílio da mãe, Sônia. “Eu tenho minha horta, onde eu planto feijão, batatinha e outras verduras”, acrescenta a aposentada.
Estimativa
Em Venâncio Aires, são sete produtores da fruta em uma área em torno de 1,5 hectare. A informação é do chefe de escritório da Emater da Capital do Chimarrão, Vicente Fin. “Chega a dois hectares, mas existem aqueles que têm produção para consumo ou para uma comercialização particular. Esses sete produtores vendem para mercados, feiras ou de forma direta para o consumidor”, explica. No ano passado, Fin relata que foram colhidas duas toneladas da fruta, e para 2023, a expectativa é de chegar a 3 toneladas em Venâncio Aires.
Conforme apurado pela Folha do Mate, o preço de venda praticado em supermercados e fruteiras varia entre R$ 9,98 e R$ 12,90 por quilo. Sobre o motivo de ser uma fruta mais cara para os consumidores, Fin informa que um dos fatores é a polinização. “Tem-se uma dificuldade de polinização nessa fruta. O produtor precisa ir à noite para fazer”, explica. Outro ponto, é que a pitaya precisa ser colhida madura. “Ela não pode ser colhida verde. Tem de ser madura. E isso diminui o tempo dela. Não pode ficar muito tempo na prateleira”, salienta.
Receita de sorvete com pitaya da Sônia
Ingredientes:
Cinco bananas (a gosto)
Uma pitaya
Um iogurte natural – sem sabor (opcional)
Modo de preparo:
Bater as bananas até formar uma pasta e depois acrescentar uma polpa da pitaya. Bater junto. Se desejar, pode acrescentar o iogurte natural. Após misturar tudo, colocar em uma refratária ou pote e levar ao congelador.