A Polícia Federal concluiu, nesta sexta-feira, o inquérito que apurava fraudes e desvios dos recursos do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Quase 6 mil pequenos agricultores da região do Vale do Rio Pardo, especialmente nos municípios de Santa Cruz do Sul e Sinimbu, foram prejudicados em uma fraude perto de R$ 10 milhões.Segundo a assessoria de comunicação, a PF indiciou 14 pessoas por crimes contra o sistema financeiro nacional e formação de quadrilha. As penas podem variar entre 5 a 15 anos de prisão, além de multa, em caso de condenação dos indiciados.A investigação foi iniciada a partir da denúncia feita por um pequeno agricultor, em 2012. Ele relatou irregularidades no financiamento feito por meio da Associação Santa-cruzense de Pequenos Agricultores (ASPAC), ligada ao Movimento de Pequenos Agricultores (MPA).Segundo apurado, o esquema consistia na liberação fraudulenta de financiamentos oriundos do Pronaf, através das agências do Banco do Brasil em Santa Cruz do Su e Sinimbu. As verbas eram creditadas na conta de agricultores sem o conhecimento dos mesmos. Posteriormente, ASPAC desviava esses recursos para a conta da entidade, com a ciência dos gerentes do banco.Essas dívidas fraudulentas eram perdoadas pela instituição bancária e novos financiamentos irregulares eram realizados. Muitos agricultores sequer tomavam conhecimento sobre a movimentação financeira.Em casos de cobrança do Banco do Brasil, alguns produtores eram procurados pela associação, que se comprometia a pagar os débitos irregulares. No entanto, em determinado momento, as dívidas passaram a não ser quitadas. Alguns colonos chegaram a ter dívida maior do que o valor dos seus imóveis.O relatório final do inquérito foi disponibilizado tanto para a Justiça Federal quanto para o Ministério Público Federal e as defesas dos indiciados.
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